Missão, partido do MBL, chega ao mínimo de assinaturas necessárias –

O Partido Missão, criado pelo Movimento Brasil Livre (MBL), atingiu o número necessário de 547.042 assinaturas válidas para sua fundação, conforme confirmado pelo próprio partido e pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Essa conquista foi anunciada na quinta-feira, 26.
De acordo com a legislação eleitoral, para que um novo partido seja oficialmente reconhecido, é preciso coletar assinaturas que representem 0,5% dos votos válidos da última eleição para a Câmara dos Deputados. Essas assinaturas devem ser distribuídas por pelo menos nove estados, com um mínimo de 0,1% em cada um deles, e devem ser validadas em cartórios eleitorais dentro de um período de dois anos.
A coleta das assinaturas foi realizada de forma presencial, com o auxílio de voluntários em todos os 27 estados. São Paulo se destacou ao reunir 224.200 assinaturas, que representam cerca de 41% do total. Outros estados como Rio de Janeiro, Pernambuco e Minas Gerais também contribuíram significativamente, e 23 estados já alcançaram a quantidade mínima exigida.
Nos próximos passos, o partido deve formalizar seus diretórios nos Tribunais Regionais Eleitorais (TREs) de pelo menos nove estados. O pedido de registro será feito pelo presidente nacional do partido, Renan Santos, ou pelos presidentes estaduais, quando necessário. Após essa etapa, o Ministério Público Eleitoral deve emitir um parecer em até dez dias. Com todas as etapas cumpridas, o caso será avaliado pelo Plenário do TRE para o julgamento final.
Uma vez que o registro estadual estiver completo, o próximo passo será solicitar o registro do estatuto do Partido Missão e de sua direção nacional junto ao TSE. Após essa aprovação, o partido será oficialmente reconhecido e poderá participar de eleições, receber recursos do Fundo Eleitoral e ter acesso ao tempo gratuito de rádio e televisão.
O MBL planeja concluir esse processo até outubro de 2025, visando às eleições gerais de 2026, com candidaturas para cargos executivos e legislativos, incluindo uma possível candidatura à presidência da República. As prévias do partido, programadas para novembro, devem decidir entre o ex-deputado estadual Arthur do Val e o empresário Cristiano Beraldo. Outros nomes, como o do próprio Renan Santos e do apresentador Danilo Gentili, também estão sendo considerados.
Arthur do Val está inelegível até 2030 devido à cassação de seu mandato em 2022. Ele alega que o processo que levou à sua cassação foi repleto de erros formais e promete recorrer para reverter essa situação. Cristiano Beraldo, que é comentarista da Jovem Pan News, espera usar sua visibilidade na mídia para conquistar apoio.
Danilo Gentili, por sua vez, ainda não decidiu se participará das prévias, mas Renan Santos confirmou que ele está convidado. A criação do novo partido surge após descontentamento com o União Brasil, que cancelou a candidatura de Kim Kataguiri à prefeitura de São Paulo em 2024. Os membros do MBL decidiram fundar o Partido Missão para consolidar sua influência política em uma nova legenda própria.
Se o registro for aceito pelo TSE, o Partido Missão se tornará a 30ª legenda oficialmente registrada no Brasil, que atualmente conta com 29 partidos. O desafio do MBL será atrair eleitores das gerações millennial e Z, apresentando um projeto que busca romper com o sistema político tradicional.
O plano de governo do Partido Missão terá como base o “Livro Amarelo”, um documento em desenvolvimento que propõe iniciativas como o desenvolvimento sustentável, a industrialização do Nordeste e o fortalecimento da economia. Entre as propostas do partido está a criação de uma nova Constituição Federal, com críticas à constituição atual.
Além do novo partido, o MBL pretende manter suas atividades em três frentes: um movimento focado em ativismo digital, chamado Valete, que inclui uma unidade de produção cultural e o projeto de uma cafeteria, e a formação de novos quadros políticos pelo partido.
O MBL, fundado em 2014, ganhou notoriedade por suas manifestações contra o PT e pelo apoio ao impeachment de Dilma Rousseff em 2016, destacando-se também pela sua presença nas redes sociais.