Seis meses turbulentos para ações deixam investidores otimistas em 2025 –

O índice S&P 500, referência do mercado financeiro dos Estados Unidos, fechou a primeira metade de 2025 em seu ponto mais alto já registrado. Após uma queda significativa de mais de 19% em abril, o índice se recuperou rapidamente, alcançando novos recordes em apenas dois meses. Essa recuperação se deu à diminuição das preocupações em torno dos impactos das tarifas impostas pelo presidente Donald Trump.
Ainda assim, o avanço do índice não foi contínuo. O mercado enfrentou desafios relacionados à concorrência em inteligência artificial vinda da China, ao efeito das tarifas sobre o crescimento das empresas americanas e a aumento das tensões no Oriente Médio. Apesar desses fatores, os investidores continuaram apostando na recuperação do mercado, comprando ações em momentos de baixa e elevando os preços.
Os dados indicam que muitos investidores continuam acreditando em um cenário otimista. Um importante gestor da Charles Schwab, Joe Mazzola, observou que essa mentalidade positiva é evidente entre os traders, que buscam oportunidades de compra durante as quedas.
Um exemplo da resistência do mercado foi a reação à anunciada data “Dia de Libertação” de Trump, em abril. Durante três dias, o S&P 500 caiu mais de 10%, marcando uma das maiores vendas desde a Segunda Guerra Mundial. No entanto, em aproximadamente um mês, o índice se recuperou, superando os níveis anteriores ao anúncio, em resposta às atrasos das tarifas que o presidente anunciou.
Grande parte do capital que voltou ao mercado de ações veio de investidores de varejo, que registraram a compra líquida de 3 bilhões de dólares em um único dia, em 3 de abril, conforme dados coletados desde 2014.
Analistas observam que muitos investidores estão adotando uma postura confiante, considerando que as quedas são oportunidades de compra. Steve Sosnick, estrategista-chefe da Interactive Brokers, apontou que essa sensação de invencibilidade se tornou comum entre os traders.
Com o S&P 500 alcançando novas marcas, diversos especialistas em Wall Street acreditam que os preços das ações podem continuar subindo até o final do ano. Mark Newton, responsável pela estratégia técnica da Fundstrat, destacou que muitos gestores de fundos têm suas performances ligadas ao desempenho de grandes índices como o S&P 500. Com os índices em alta, há pressão sobre esses gestores para alcançar resultados melhores e “recuperar o atraso”.
A motivação por trás dessa busca de resultados é o desejo de garantir bônus no final do ano. Embora as perspectivas de crescimento das empresas tenham sido afetadas por quedas anteriores nos preços das ações, desde a recente recuperação, essas expectativas voltaram a melhorar. Assim, a relação entre desafios econômicos e lucros das empresas continua a ser um tema central para os investidores.