Jogador que mais correu na Copa de 2022 subiu Pão de Açúcar 72 vezes –

No Rio de Janeiro, o futebol se destaca não apenas pelo talento dos jogadores, mas também pela tecnologia utilizada em campo. Um exemplo disso é o croata Marcelo Brozović, que percorreu impressionantes 16,7 km em uma única partida contra o Japão. Isso demonstra não apenas a sua dedicação, mas também a relevância da análise de desempenho no esporte. A chave para entender esses números está na utilização de dispositivos de rastreamento GPS, que se tornaram essenciais nos gramados de futebol profissional.
Esses dispositivos, colocados nas costas dos jogadores, medem até 1.250 dados por segundo. Entre as informações coletadas, estão a distância total percorrida, o número de sprints acima de 25 km/h, acelerações e desacelerações, tempo em zonas de alta intensidade e o deslocamento em diferentes setores do campo. Esses dados são valiosos não apenas para saber quem correu mais, mas para analisar o comportamento tático de cada jogador. Por exemplo, um lateral que percorre 11,5 km durante uma partida, incluindo 2,3 km em sprints, pode ser visto como uma peça-chave na estratégia ofensiva da equipe.
O uso de GPS no futebol tem semelhanças com a logística, onde a telemetria é aplicada para melhorar a segurança e o desempenho de caminhões. No futebol, a ideia é semelhante: a análise precisa proporciona controle e segurança, favorecendo o desempenho dos atletas. Treinadores renomados, como Pep Guardiola e Jürgen Klopp, já utilizam esses dados para orientar treinamentos e ajustes táticos em tempo real. O Manchester City, exemplo notável, integra sistemas que analisam o deslocamento dos jogadores e a densidade deles em campo, tanto com a bola quanto sem ela.
Uma pesquisa recente revelou que jogadores de linha podem alterar sua posição em até 18 metros, dependendo das circunstâncias do jogo, o que reforça a importância da análise de dados. Em jogos de alto nível, mais de 38% dos gols surgem em menos de quatro segundos após a recuperação da bola, o que torna essencial a correlação entre ações técnicas e as movimentações no campo.
O uso de GPS não se limita aos jogadores profissionais. Em clubes de base, como Athletico-PR, Palmeiras e Grêmio, o rastreamento é parte do uniforme dos jovens atletas. Os dados coletados ajudam a monitorar aspectos como desenvolvimento físico por idade, crescimento ósseo e intensidade dos treinos regenerativos. Treinadores afirmam que esses dados possibilitam entender quando um atleta se esforça mais ou menos durante as atividades.
Contudo, o uso excessivo de dados gera debates. Alguns profissionais questionam se a tecnologia pode acabar limitando a leitura de jogo em tempo real, um aspecto fundamental no futebol. Há um risco de que a dependência dos números impeça a criatividade e a intuição no jogo.
No geral, o GPS no futebol se mostra uma ferramenta poderosa, oferecendo não apenas um controle rigoroso sobre as performances, mas também um olhar estratégico sobre o jogo. A tecnologia se tornou um aliado na busca por eficiência e eficácia, transformando a maneira como os clubes treinam e competem.