A Federação Paraense de Futebol (FPF) lançou uma iniciativa voltada para a preservação do meio ambiente, tornando-se uma referência no cenário esportivo nacional. Em 2023, a FPF promoveu o Parazão Sustentável, o primeiro campeonato estadual no Brasil com foco na sustentabilidade. Este evento visa não apenas promover o futebol, mas também educar o público sobre questões ambientais, incentivando a redução de resíduos nos estádios e práticas ecológicas entre os clubes. A ação teve uma recepção positiva por parte de torcedores, dirigentes e veículos de comunicação, servindo de exemplo para outras federações estaduais.
O esporte, que envolve milhões de fãs e bilhões de reais em investimentos, também gera impactos ambientais significativos. Grandes eventos, como as Olimpíadas e a Copa do Mundo, costumam resultar em movimentação de pessoas em larga escala, construção de grandes obras e pressão sobre ecossistemas delicados. A consciência ambiental, portanto, se torna um aspecto central na administração de eventos esportivos.
Histórias de preocupação com o meio ambiente no esporte não são novas. O Comitê Olímpico Internacional (COI) começou a adotar uma postura mais ativa em relação à sustentabilidade após pressões sociais relevantes. Os Jogos de Inverno de 1992, realizados em Albertville, foram considerados um fracasso em termos ambientais, levando a protestos que impactaram a imagem do COI. A partir desse evento, a questão ecológica passou a ser um elemento integral do movimento olímpico, com a Carta Olímpica incorporando diretrizes sobre responsabilidade ambiental.
De maneira semelhante, a FIFA também começou a se alinhar com a pauta ambiental, respondendo a demandas por maior consciência ecológica. A entidade anunciou sua Estratégia de Sustentabilidade, que prevê uma redução de suas emissões de carbono em 50% até 2030, além de buscar neutralidade de carbono até 2040. Desde a Copa do Mundo de 2026, a FIFA exige que as candidaturas apresentem planos de gestão ambiental claros e compensações aceleradas de carbono.
No Brasil, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) ainda está em um estágio inicial nesse diálogo sobre sustentabilidade. No entanto, o exemplo da FPF é significativo, pois demonstra que ações e liderança no sentido ambiental podem ser tomadas sem a necessidade de aguardar pressões externas. Essa iniciativa abre um caminho para outras organizações esportivas no país e mostra que o compromisso com o meio ambiente pode, sim, andar de mãos dadas com o amor ao esporte.
