Eleições 2026: Bolsonaro favorece filhos e divide base direita em SC –

Jair Bolsonaro, ex-presidente do Brasil, não pode se candidatar até 2030 devido a sua inelegibilidade. Atualmente, ele enfrenta um julgamento criminal que pode garantir sua exclusão do cenário eleitoral por um período ainda maior. Preocupado com a continuidade política de sua família, Bolsonaro decidiu apoiar candidatos do Partido Liberal nas eleições ao Congresso que ocorrerão no próximo ano.
Em Santa Catarina, ele anunciou a candidatura ao Senado de seu filho, Carlos Bolsonaro, que é vereador no Rio de Janeiro há 24 anos. Além disso, Bolsonaro solicitou que seu outro filho, Jair Renan, que é vereador em Balneário Camboriú há 30 meses, fosse candidato a deputado federal. Essa decisão gerou divisões na base eleitoral de Bolsonaro em Santa Catarina, onde ele obteve 70% dos votos válidos na eleição presidencial de 2022.
Aliados de Bolsonaro expressam resistência à ideia de que Santa Catarina se torne um espaço dominado pelo clã. No próximo pleito, o estado irá eleger dois senadores para substituir o ex-governador Esperidião Amin, do Progressistas, e Ivete da Silveira, do MDB. Amin já declarou sua intenção de se reeleger com o apoio de uma coalizão partidária de direita. Ao mesmo tempo, as deputadas federais Carolina Di Toni e Júlia Zanatta estão disputando a indicação do Partido Liberal para a outra vaga no Senado.
Recentemente, protestos contra a proposta de Bolsonaro ocorreram em Criciúma. Um opositor da deputada Zanatta, Amaral Bittencourt, utilizou seu tempo na Câmara de Vereadores para criticar a estratégia do ex-presidente, afirmando que não se trata de um projeto político para o estado, mas sim para favorecer a família Bolsonaro. Ele ainda convidou a deputada a mudar de partido para o PSD, questionando a possibilidade de aceitar que a família de Bolsonaro influencie o cenário político local.
Outros políticos também se manifestaram. Jorge Goetten, deputado federal pelo Republicanos, ressaltou que Santa Catarina possui lideranças locais com legitimidade, e um candidato de fora poderia desestabilizar o ambiente político do estado. Prefeitos locais, como João Rodrigues, de Chapecó, e Clesio Salvaro, ex-prefeito de Criciúma, demonstraram ceticismo quanto às candidaturas de Carlos e Jair Renan, considerando-as pouco sérias.
A situação atual reflete uma crise na base de apoio de Bolsonaro em Santa Catarina. Suas estratégias de candidatura provocaram divisão e descontentamento, dificultando sua influência política na região.