Ministério da Defesa registra mais de 33 mil mulheres alistadas –

O Ministério da Defesa dos Brasil divulgou que 33.721 mulheres se inscreveram para o alistamento nas Forças Armadas neste primeiro ano em que o serviço militar feminino se tornou obrigatório. O Contra-Almirante André Gustavo, da Subchefia de Mobilização, destacou a importância desse número e informou que, desde agosto de 2024, as Forças Armadas estão se preparando para receber as alistadas. Isso inclui melhorias nas instalações, capacitação do pessoal e outras ações necessárias para a implementação do Serviço Militar Inicial Feminino.
A próxima etapa do processo será a Seleção Geral das alistadas. As três Forças Singulares – Marinha, Exército e Aeronáutica – realizarão esse processo de seleção, que será seguido pela designação das conscritas para os diferentes postos.
O número de mulheres que se candidatam para uma carreira militar é 23 vezes maior do que as 1.465 vagas disponíveis. As oportunidades estão distribuídas em Brasília e em 28 municípios de 13 estados brasileiros. Do total de vagas, 1.010 são para o Exército, 300 para a Aeronáutica e 155 para a Marinha.
Cerca de 8.102 registradas são do Rio de Janeiro, tornando-se o estado com o maior número de candidatas. Outros estados com muitos alistamentos incluem São Paulo, com 3.152; Distrito Federal, com 2.368; Amazonas, com 2.334; e Pará, com 2.164.
O processo de recrutamento seguirá com mais quatro etapas: seleção geral, seleção complementar, designação e incorporação. As mulheres selecionadas deverão se juntar às Forças Armadas no primeiro ou segundo semestre de 2026, com datas específicas de incorporação. Durante esse período, elas poderão optar por desistir do alistamento.
Em comparação, o número de homens alistados ultrapassou 1 milhão, com São Paulo sendo o estado com a maior quantidade de inscritos, totalizando 271.589.
Tradicionalmente, as mulheres não podiam se alistar ao completar 18 anos. Este ano, elas passam a ter a opção de se inscrever de maneira voluntária. Anteriormente, o ingresso nas Forças Armadas para mulheres era restrito a concursos para suboficiais e oficiais. Atualmente, as mulheres representam apenas 10% do efetivo total, com cerca de 37 mil na carreira.
O Ministério da Defesa também anunciou que as mulheres serão encaminhadas para quartéis que já tenham estrutura adequada para acolhê-las. Isso inclui quartos e banheiros adaptados, além de políticas específicas. Com um investimento previsto de R$ 2 milhões para o próximo ano, o ministério pretende implementar sistemas de identificação facial e aumentar a segurança nos alojamentos, visando prevenir casos de abuso e assédio.