Inzaghi tenta o inesperado com o Al Hilal no Mundial –

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Simone Inzaghi, de 49 anos, estava radiante na última segunda-feira, 30 de outubro. Ele celebrava a vitória do Al Hilal sobre o Manchester City nas oitavas de final da Copa do Mundo de Clubes, realizada no Camping World Stadium, em Orlando. O treinador estava tão animado que se pendurou em um membro de sua comissão técnica antes do apito final do árbitro.
Inzaghi fez história ao derrotar Pep Guardiola, marcando a primeira derrota do técnico em 12 jogos em competições mundiais. Após um bom desempenho no Al Hilal, onde foi contratado após o vice-campeonato da Liga dos Campeões com a Inter de Milão, Inzaghi agora se prepara para enfrentar o Fluminense em busca do primeiro semifinalista do torneio. A partida está marcada para as 16h, horário de Brasília, também em Orlando.
O torneio nos Estados Unidos representa um novo passo na carreira de Inzaghi, que tem se destacado desde que começou a treinar um time profissional, há nove anos. Sua trajetória começou em 2016, quando, após seis anos nas categorias de base da Lazio, estava quase resignado a não assumir a equipe principal. Ele havia sido surpreendido com a contratação do argentino Marcelo Bielsa como técnico, o que o levou a considerar uma oferta da Salernitana, time da segunda divisão italiana.
No entanto, Bielsa desistiu da Lazio dois dias após o anúncio, alegando falta de reforços. Isso abriu a porta para a contratação de Inzaghi, que, segundo o ex-presidente Claudio Lolito, não era uma segunda opção, mas sim a escolha ideal para dar continuidade aos projetos do clube.
Na Lazio, Inzaghi demonstrou seu talento rapidamente. Na sua primeira temporada, quebrou um jejum de quatro anos sem vitórias contra a rival Roma, levou a equipe à Liga Europa e foi vice-campeão na Copa da Itália. Ele estabeleceu um padrão de jogo com o sistema 3-5-2, utilizando zagueiros técnicos e jogadores ofensivos, o que resultou em títulos, como a Copa da Itália em 2019 e a Supercopa da Itália em 2017 e 2019, além de garantir a classificação para a Champions League.
Em 2021, Inzaghi assumiu a Inter, onde continuou a ser elogiado pelo seu estilo de jogo. Em 2023, ele levou o time à final da Liga dos Campeões, mas acabou perdendo para o Manchester City, de Guardiola. Mesmo com a saída de cinco titulares, ele teve que reinventar a equipe.
Inzaghi acredita que na carreira de treinador nunca se chega a um ponto final; sempre há espaço para melhoria. Ele se inspira em figuras como Carlo Ancelotti e destaca a importância da força do grupo. Ele menciona o impacto positivo de seu primeiro treinador, Giuseppe Materazzi, e as lições aprendidas com Roberto Mancini sobre como lidar com diferentes personalidades no elenco.
Ele também manifesta admiração por Sven-Göran Eriksson, ex-treinador da Lazio, que faleceu recentemente. Como jogador, Inzaghi marcou 90 gols na Série A, mas sempre ficou à sombra de seu irmão, Filippo, que teve uma carreira mais estrelada em clubes como Juventus e Milan.
Para ele, a formação de um grupo vencedor passa por quatro etapas: formação, rebelião, normalização e desempenho. Na primeira, entende-se o papel de cada jogador. Na segunda, surgem disputas internas. A etapa de normalização é quando a equipe se une, e o desempenho é alcançado quando os objetivos são cumpridos.
A última temporada na Champions League foi desafiadora para a Inter, que perdeu a final por 5 a 0 para o Paris Saint-Germain. Após essa decepção, Inzaghi aceitou uma proposta vantajosa do Al Hilal e partiu para o Mundial, buscando novas conquistas e surpresas.