Tarifa de Trump: reação unificada da direita em debate –

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Nas últimas 24 horas, grupos de direita têm intensificado suas discussões em várias conversas no WhatsApp, em resposta à tarifa anunciada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Esse alinhamento de ideias dominou as mensagens virais e também foi predominante em algumas interações, apesar da esquerda ainda liderar nas discussões mais espontâneas.
Um levantamento realizado pela empresa Palver identificou mais de 26 mil mensagens sobre o tema em 100 mil grupos públicos entre a quarta-feira, 9, e a sexta-feira, 11. As mensagens, muitas das quais são encaminhadas em massa, retratam o presidente Lula como corrupto e inepto, responsabilizando-o pela crise econômica e pelas tarifas. As críticas também o acusam de se submeter ao Supremo Tribunal Federal (STF).
Além disso, há mensagens que defendem o ex-presidente Jair Bolsonaro, apresentando-o como vítima de perseguição política. Essas mensagens sugerem que Trump apenas reagiu a injustiças, apontando a esquerda como a verdadeira responsável pela crise diplomática.
De quarta para quinta-feira, o volume de mensagens que seguiram essa narrativa de direita aumentou de quase 60% para cerca de 90%, evidenciando uma forte mobilização desse segmento nas redes sociais.
Felipe Bailez, economista e CEO da Palver, destacou que a dominância da direita nas mensagens virais é algo esperado, visto que isso ocorre frequentemente em temas variados. Entretanto, a esquerda ainda se mantém à frente nas conversas mais orgânicas, onde os usuários interagem de forma mais natural. Embora a narrativa da esquerda tenha prevalecido em 55% dessas conversas, houve uma queda de 10 pontos percentuais em relação ao dia anterior.
Bailez sugeriu que pode haver uma mudança significativa, já que a direita intensificou suas ações e a coordenação de mensagens, refletindo-se nas conversas cotidianas. A direita se destacou nas mensagens virais, enquanto a esquerda perdeu espaço nas discussões mais informais.
Em contrapartida, o discurso que defende o presidente Lula é marcado por uma postura de combate à administração americana, acusando Bolsonaro de traição e responsabilizando-o pela imposição de tarifas. Também há quem veja as tarifas como um ataque à soberania brasileira, reforçando a imagem de Lula como um defensor do país.
O relatório também aponta para o uso de uma linguagem emocional, incluindo expressões agressivas e sarcásticas. Termos pejorativos e emojis são comuns, com o objetivo de ridicularizar adversários.
Por fim, Bailez afirmou que não é possível prever se essa tendência continuará ou se haverá uma estabilização nas opiniões. Ele ressaltou que, enquanto a direita já conseguiu alinhar um discurso eficaz e ganhar terreno, as reações do público ainda são incertas e dependem de como os indivíduos responderão às atualizações da situação.