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Prio (BVMF:PRIO3) tem um balanço patrimonial saudável? –

Prio S.A. e o Uso de Dívida: O que os Acionistas Precisam Saber

Warren Buffett, um dos investidores mais respeitados do mundo, destacou que a volatilidade não deve ser confundida com risco. Nesse contexto, a quantidade de dívida de uma empresa é um fator importante a ser considerado, já que um nível excessivo de endividamento pode comprometer sua estabilidade financeira. A Prio S.A., empresa listada na B3 sob o código PRIO3, apresenta dívida, o que leva a questionamentos sobre a segurança para os acionistas.

Por que a Dívida Pode Ser Riscosa?

A dívida de uma empresa se torna problemática quando ela não consegue pagá-la facilmente, seja atraindo novos investimentos ou utilizando seu fluxo de caixa. Em situações adversas, os credores podem assumir o controle do negócio. Uma ocorrência comum, embora custosa, é a necessidade de emitir novas ações a preços baixos, diluindo a participação dos acionistas para equilibrar suas finanças. Contudo, muitas empresas utilizam a dívida para financiar seu crescimento, sem enfrentar consequências negativas.

O Nível de Dívida da Prio

Em março de 2025, a Prio reportou uma dívida de R$ 19,3 bilhões, um aumento considerable em relação a R$ 8,91 bilhões do ano anterior. No entanto, a empresa também possui R$ 4,17 bilhões em caixa, resultando em uma dívida líquida de aproximadamente R$ 15,1 bilhões.

Como Está a Saúde Financeira da Prio?

As informações mais recentes do balanço patrimonial da Prio indicam que a empresa possui obrigações de curto prazo de R$ 2,60 bilhões e dívidas de longo prazo totalizando R$ 25,6 bilhões. Para cobrir essas obrigações, a empresa conta com R$ 4,17 bilhões em caixa e R$ 2,61 bilhões em contas a receber, totalizando recursos imediatos de R$ 6,78 bilhões. Isso significa que suas obrigações superam o valor disponível em caixa e contas a receber em R$ 21,4 bilhões. Essa relação de alavancagem é significativa em comparação à sua capitalização de mercado de R$ 35,3 bilhões, o que poderia resultar em uma diluição pesada para acionistas, caso a empresa precise reestruturar rapidamente suas finanças.

Análise dos Níveis de Dívida

Para avaliar a situação financeira da Prio, utilizamos dois índices principais: a razão da dívida líquida em relação ao EBITDA (Lucros antes de Juros, Impostos, Depreciação e Amortização), e a cobertura dos juros, que indica quantas vezes o EBITDA cobre as despesas com juros. A dívida líquida da Prio é de 1,7 vezes seu EBITDA, enquanto o EBIT cobre suas despesas com juros por 4,7 vezes. Embora esses números não sejam alarmantes, é importante considerar que a queda de 21% no EBIT no último ano pode dificultar o pagamento da dívida no futuro.

O Fluxo de Caixa e a Capacidade de Pagamento da Dívida

Para o pagamento das dívidas, uma empresa precisa de fluxo de caixa livre, que é fundamental. Nos últimos três anos, a Prio acumulou fluxo de caixa livre negativo, o que pode ser um reflexo de investimentos para o crescimento. Essa situação torna o endividamento da empresa ainda mais arriscado.

Considerações Finais

A conversão do EBIT em fluxo de caixa e a dificuldade em aumentar o EBIT são preocupações com relação ao nível de dívida da Prio. Por outro lado, sua capacidade de gerenciar a dívida com base no EBITDA não é motivo imediato de alarme. No entanto, a estrutura financeira da Prio representa um risco considerável para os acionistas. É essencial que os investidores estejam cientes dos sinais de alerta identificados na análise da empresa.

Redação EUVO News

Conteúdo original produzido pela equipe editorial do EUVO News. Nossa redação se dedica a entregar informação de qualidade sobre eventos, cultura e atualidades do Brasil.

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