Habeas corpus negado para casal de hackers brasileiros que roubou R$ 7,8 milhões –

Um casal de hackers investigado pela Polícia Federal do Brasil teve seu pedido de habeas corpus negado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). O casal é suspeito de ter roubado 1,4 milhão de dólares em criptomoedas, equivalente a aproximadamente 7,8 milhões de reais, de um residente em Singapura. A decisão foi tomada pelo ministro Carlos Cini na quinta-feira, 17 de agosto, após consulta ao Ministério Público Federal (MPF).
As investigações indicam que esse grupo de hackers é um dos mais antigos em atividade no Brasil. Embora as autoridades estejam em andamento com as apurações, ainda não foram divulgadas informações sobre eventuais apreensões.
O casal está sendo investigado em duas operações: a CryptoScam e a Pharming. A segunda operação é relacionada a um ataque cibernético à Caixa Econômica Federal que resultou em perdas financeiras para a Prefeitura de Montes Claros, em Minas Gerais, em 2020.
A negativa do pedido de habeas corpus se deu em parte pela facilidade que o casal teria em destruir provas e ocultar patrimônio, especialmente porque utilizam criptomoedas para movimentar os recursos. O tribunal destacou que essa habilidade em dissipar provas torna a manutenção da prisão necessária, uma vez que dificulta a localização de bens obtidos com atividades suspeitas.
As investigações internacionais começaram após uma denúncia feita pela polícia de Singapura, que alertou sobre o acesso não autorizado a uma carteira de criptomoedas, resultando na perda de 1,4 milhão de dólares. Segundo documentos analisados pelo ministro do STJ, as transações ocorreram entre os dias 8 e 18 de janeiro de 2024, e envolvem a suspeita de uma organização criminosa transnacional.
Entre 2020 e 2024, uma empresa de fachada atribuída ao casal movimentou mais de 10,5 milhões de reais, gerando suspeitas por conta da falta de uma justificativa para tamanha movimentação financeira, já que ambos não possuíam empregos formais. Além disso, parte de suas atividades ilícitas envolvia familiares e outros contatos.
A operação Pharming, que visa investigar fraudes cibernéticas relacionadas a um ataque à Caixa Econômica Federal, foi autorizada pela 2ª Vara Federal Criminal de Belo Horizonte, especificamente contra os suspeitos em questão.
Esse quadro levou o ministro do STJ a não conhecer o habeas corpus solicitado, o que indica que o casal continuará sob a custódia da justiça enquanto as investigações prosseguem.