A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) lançou uma nova regra que penaliza jogadores que substancialmente saltam sobre a bola utilizando os dois pés durante as partidas. Essa medida, conhecida como “regra anti-Memphis”, impõe um cartão amarelo ao jogador infrator e um tiro livre indireto para a equipe adversária na posição em que aconteceu a infração.
A decisão surge após um incidente controverso envolvendo o atacante Memphis Depay na final do Campeonato Paulista, onde sua ação gerou uma grande confusão entre os jogadores. A CBF, através de sua Comissão de Arbitragem, afirmou que esse tipo de comportamento provoca “transtornos e confrontos generalizados”, podendo também causar lesões e prejudicar a imagem do futebol.
O primeiro ponto a ser destacado na nova regra é a aplicação do cartão amarelo para o jogador que comete a infração. Além disso, o tiro livre indireto será marcado para a equipe adversária no local onde a infração ocorreu, buscando assim desencorajar essa prática. A determinação se alinha às orientações da Conmebol, visando padronizar as punições em competições continentais.
Memphis Depay não hesitou em expressar sua insatisfação com a nova regulamentação, chamando a decisão de “anúncio idiota” e apontando que ela limita a liberdade e a paixão dos jogadores. Ele questionou se as decisões da CBF realmente representam as prioridades do futebol no Brasil.
A CBF esclareceu que a regra foi implementada em resposta a uma solicitação da Conmebol, com o objetivo de unificar as normas em torneios sul-americanos. A ideia é que os clubes e a Seleção Brasileira estejam familiarizados com essas regulamentações, evitando surpresas durante as competições internacionais.
A medida gerou uma onda de reações entre jogadores e ex-atletas. O zagueiro Felipe Melo e o pentacampeão mundial Denilson, entre outros, criticaram a nova regra. Melo declarou que o Brasil é conhecido por sua alegria no futebol e questionou se a mesma se aplicaria às crianças que jogam nas ruas. Denilson argumentou que essa nova regulamentação limita a personalidade dos atletas.
O gesto de subir na bola não é novo no futebol brasileiro. Já houve casos anteriores, como o do venezuelano Soteldo, que também foi punido em 2023. A CBF utilizou esses precedentes para justificar a necessidade de uma orientação clara e padronizada sobre o tema, evitando interpretações confusas por parte dos árbitros.
A implementação da regra anti-Memphis levanta questões sobre como essa medida impactará o futebol brasileiro contemporâneo. Embora alguns vejam a norma como necessária para prevenir provocações que possam levar a brigas, outros consideram que isso pode cercear a expressão artística dos jogadores.
No âmbito das competições, a regulamentação estará em vigor desde abril de 2025, com os árbitros instruídos a aplicar as penalidades imediatamente. Essa mudança também se aplica às categorias de base, como evidenciado em uma partida do Sul-Americano Sub-17.
A polêmica gerada pela regra destaca um debate mais amplo sobre o futuro do futebol, onde se busca um equilíbrio entre a ordem nas partidas e a preservação da criatividade individual. As críticas de jogadores como Memphis e Felipe Melo questionam se essas regras limitantes podem prejudicar a essência do futebol brasileiro, conhecido historicamente por seu estilo alegre e expressivo.
A CBF, ao justificar que seguiu as orientações da Conmebol, demonstra uma tendência de adotar padrões que, embora amplamente aceitos, podem entrar em conflito com as tradições locais do futebol brasileiro.
