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O Impacto Do Salário Em ‘Amores Materialistas’ E Na Comédia Romântica –

A nova comédia romântica “Amores Materialistas”, dirigida e roteirizada por Celine Song, tem gerado intensas discussões entre os espectadores, especialmente sobre um valor: US$ 80 mil. Esse é o salário que a protagonista, Lucy, interpretada por Dakota Johnson, menciona em uma conversa com Harry, vivido por Pedro Pascal. Lucy é casamenteira e usa sua renda como ponto de partida para que Harry revele o quanto ganha. Harry, que trabalha em finanças e possui um apartamento avaliado em US$ 12 milhões, apenas afirma que seu salário é “maior”.

As reações do público se concentram na plausibilidade desse salário em relação ao estilo de vida de Lucy. Ela é vista utilizando roupas de qualidade e vivendo sozinha em um apartamento que, segundo o designer de produção, é um pequeno estúdio no caro bairro de Brooklyn Heights. Esse espaço é considerado fora do alcance, dado o que ela ganha. Isso se alinha à ambição da personagem, que deseja estar rodeada de riqueza.

Os espectadores debatem se as escolhas de vestuário de Lucy são compatíveis com seu salário. É possível que sua aparência reflita uma realidade contemporânea, onde as compras em brechós e o aluguel de roupas se tornaram comuns. Essa discussão sobre o salário de Lucy indica uma abordagem diferente de “Amores Materialistas”, ao contrário de muitas comédias românticas que normalmente evitam mencionar finanças. Na exibição do filme, a menção ao número provocou um suspiro coletivo na sala, mostrando o impacto que essa revelação teve.

Tradicionalmente, as comédias românticas dos anos 90, como “Você Tem Uma Mensagem” e “Uma Linda Mulher”, mencionavam dinheiro de forma sutil, mas não detalhavam os salários dos personagens. A frivolidade era parte da fantasia, permitindo que o público se concentrasse na história de amor sem pensar nas finanças. Agora, essa nova perspectiva em “Amores Materialistas” torna a conversa sobre salários e a valorização das pessoas algo mais transparente.

Celine Song mira uma mudança de atitude em relação ao dinheiro nas relações modernas, refletindo sobre a mercantilização das relações amorosas em um mundo onde aplicativos de namoro filtram possíveis pares por critérios financeiros. Lucy, como casamenteira, analisa candidatos com base em dados como idade e renda, enfatizando a natureza da relação contemporânea entre amor e dinheiro.

Esses temas ressoam com obras de Jane Austen, que frequentemente incluiu o conhecimento das rendas dos personagens em suas histórias, contrastando com a abordagem mais velada das comédias românticas modernas. “Amores Materialistas” tem a intenção de destacar essa mudança cultural, encorajando uma conversa mais aberta sobre dinheiro e suas implicações nas relações pessoais.

A diretora enfatiza que, embora haja uma fantasia em comédias românticas, é importante confrontar as realidades do mundo atual, onde a discussão sobre finanças é muitas vezes evitada. Essa abordagem pode até desviar um pouco da magia do romance, mas estabelece um realismo que conecta os personagens às experiências do público.

Economicamente, muitos enfrentam desafios no cenário atual, onde se sustentar nas grandes cidades é cada vez mais difícil. A narrativa do filme reflete essa luta, trazendo à tona a busca por segurança financeira e a real necessidade de parcerias que tragam estabilidade econômica — um aspecto que as relações amorosas modernas não podem ignorar.

Redação EUVO News

Conteúdo original produzido pela equipe editorial do EUVO News. Nossa redação se dedica a entregar informação de qualidade sobre eventos, cultura e atualidades do Brasil.

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