Oito Em Cada Dez Brasileiros Enfrentam Dores Frequentes –

A Dor: Um Experiência Mais Complexa do que se Imagina
A dor é uma experiência comum na vida de muitos brasileiros. Estudos demonstram que 97% das pessoas sentiram algum tipo de dor nos últimos anos. As dores mais frequentes envolvem cabeça, músculos, articulações e estômago. A enxaqueca, em particular, é um tipo de dor que merece atenção especial.
De acordo com especialistas, a dor não deve ser vista apenas como um sintoma físico. Para o ortopedista Dr. Fernando Jorge, a dor é uma experiência que vai além do corpo. Ele ressalta que “a dor é uma percepção que envolve também emoções”. Essa visão é confirmada pela Associação Internacional para o Estudo da Dor (IASP), que define dor como uma experiência sensorial e emocional desagradável, que pode surgir mesmo sem um dano visível.
Como o Corpo Sente Dor?
Sentir dor é um processo complexo que envolve várias etapas. Quando ocorre uma lesão, os nociceptores, que são células receptoras, detectam o estímulo. Depois, o sinal é transmitido pelos nervos até o cérebro, onde é interpretado como dor.
É importante notar que fatores emocionais podem influenciar a percepção da dor. O Dr. Fernando explica que emoções como medo e estresse podem intensificar a dor, enquanto a distração pode aliviá-la. Essa conexão entre emoções e dor mostra como o sofrimento físico pode afetar o comportamento e a vida social das pessoas.
A Dor e o Isolamento Social
Uma pesquisa revelou que 70% dos brasileiros sentem-se menos sociáveis quando estão com dor. Além disso, 68% evitam interações sociais nesses momentos, e cerca de 35% se sentem intensamente solitários durante crises de dor. Esses dados mostram como a dor impacta não apenas a saúde física, mas também o bem-estar emocional e a qualidade de vida.
Diferença entre Dor de Cabeça e Enxaqueca
É comum confundir dor de cabeça com enxaqueca, mas são condições diferentes. O neurologista Dr. Tiago de Paula explica que a dor de cabeça é um sintoma comum, enquanto a enxaqueca é uma condição neurológica, muitas vezes de origem genética.
O Dr. Tiago destaca que quem tem enxaqueca apresenta um cérebro hiperexcitado. Além da dor intensa, podem surgir reações a luz, sons e cheiros, além de tontura e outros desconfortos. Por isso, a dor de cabeça frequente não deve ser desconsiderada e exige avaliação médica.
Dor Muscular: O Impacto do Sedentarismo
Outra dor bastante comum é a dor muscular, ou mialgia, que pode ser localizada ou geral. Essa dor geralmente está relacionada a esforços físicos, posturas inadequadas, infecções ou estresse. O Dr. Fernando adverte que o sedentarismo é um grande vilão nesse cenário. “A falta de atividade física enfraquece os músculos, aumentando as tensões”, explica.
Regiões como o pescoço, ombros e lombar são as mais afetadas. O fortalecimento muscular por meio de uma rotina de exercícios pode ajudar a prevenir esse tipo de dor e melhorar a qualidade de vida.
Os Riscos da Automedicação
Ainda que a dor seja desconfortável, muitas pessoas recorrem à automedicação. Essa prática pode ser perigosa e trazer riscos à saúde. O Dr. Fernando alerta que o uso frequente de medicamentos de venda livre, como paracetamol e anti-inflamatórios, pode causar problemas sérios, como complicações renais e cardiovasculares, além de atrasar diagnósticos corretos.
Quando se trata de enxaqueca, o uso constante de analgésicos pode agravar o problema. O Dr. Tiago complementa que isso pode criar um ciclo vicioso, onde a dor se torna mais frequente e intensa, levando à necessidade de tratamento especializado.
A Importância do Tratamento Adequado
Para aqueles que enfrentam dor crônica ou recorrente, o melhor caminho é buscar acompanhamento médico. O Dr. Tiago sugere uma abordagem multidisciplinar, especialmente para os que sofrem com enxaqueca. Um bom tratamento pode envolver neurologista, psicólogo e nutricionista, proporcionando resultados significativos.
Essa assistência conjunta é crucial para entender a dor de forma integral, considerando tanto os aspectos físicos quanto emocionais. Essa abordagem ajuda a encontrar alternativas de tratamento mais eficazes e personalizadas.
Conclusão
A dor é uma experiência multifacetada que afeta muitas pessoas, tanto fisicamente quanto emocionalmente. Diante disso, é fundamental buscar ajuda profissional ao lidar com dores persistentes ou intensas, evitando a automedicação e garantindo um tratamento adequado. A percepção e compreensão da dor são passos importantes para melhorar a qualidade de vida e promover o bem-estar.
Entender como a dor se manifesta e quais fatores a influenciam é essencial para gerenciá-la adequadamente. Cada pessoa pode ter uma experiência única com a dor, e o reconhecimento dessa diversidade é o primeiro passo para um tratamento mais eficaz e humanizado. Mantentar um diálogo aberto e constante com profissionais da saúde pode fazer toda a diferença no caminho para o alívio e controle da dor.