Rizartrose no polegar: quando o cirurgião de mão ajuda?
Dor e perda de força no polegar podem atrapalhar tarefas simples; saiba como reconhecer sinais e quando encaminhar para tratamento cirúrgico, incluindo a ajuda do especialista.

Sente dor no punho na base do polegar ao abrir potes ou ao usar o celular? Você não está sozinho. A rizartrose, ou artrose da articulação trapézio-metacarpiana, é comum em adultos e reduz a força e a precisão do polegar.
Neste texto eu explico, de forma direta, como identificar os sinais que realmente importam. Mostro os tratamentos que dão alívio sem cirurgia e quando a intervenção por um cirurgião de mão passa a ser a melhor escolha.
Ao final você terá critérios práticos para decidir se deve tentar fisioterapia e órteses, ou marcar uma consulta com especialista. As dicas servem tanto para quem convive com dor crônica quanto para quem sentiu uma piora recente.
O que é rizartrose?
A rizartrose é o desgaste da cartilagem da articulação na base do polegar. Essa articulação permite movimentos de pinça fina e de oposição do polegar.
Com o tempo, a cartilagem se desgasta, surgem osteófitos e a articulação perde estabilidade. O resultado é dor, inchaço e diminuição da força de preensão.
Sintomas que costumam aparecer
Os sinais nem sempre são óbvios no início. Muitas pessoas associam a dor a esforço ou a uma postura ruim ao usar o celular.
- Dor na base do polegar: Sensação ao apertar, girar ou segurar objetos.
- Perda de força: Dificuldade para abrir potes ou segurar um copo cheio.
- Estalidos ou rigidez: Ruídos na articulação e maior dificuldade ao acordar.
- Deformidade: Em estágios avançados a articulação pode ficar mais proeminente.
Quando procurar ajuda médica
Procure um médico se a dor limita suas atividades diárias, se houver inchaço persistente ou perda clara de força na mão afetada.
Caso tratamentos simples não melhorem em 6 a 12 semanas, é hora de avaliar opções mais eficazes. Uma avaliação especializada identifica o grau da rizartrose e orienta o tratamento certo.
Tratamentos não cirúrgicos
Nem todo caso precisa de cirurgia. Muitas pessoas ganham qualidade de vida com medidas conservadoras.
- Órtese e imobilização: Tala noturna ou durante atividades que provocam dor para reduzir estresse na articulação.
- Fisioterapia: Exercícios para reequilibrar músculos e melhorar a mecânica do polegar.
- Medicamentos: Analgésicos e anti-inflamatórios para controle da dor quando necessário.
- Infiltrações: Corticoide ou ácido hialurônico podem reduzir dor por tempo variável.
Essas medidas costumam ser combinadas e monitoradas ao longo de semanas. Se a dor reaparece ou piora, é indicado reavaliar e considerar alternativas.
Quando o cirurgião de mão ajuda?
O cirurgião de mão entra em cena quando a dor e a perda de função não melhoram com tratamentos conservadores.
Indicações comuns para cirurgia incluem dor diária, limitação para trabalho ou hobbies e falha de terapias por 3 meses ou mais. Em casos de deformidade progressiva ou instabilidade articular, a cirurgia também é considerada.
Antes de operar, é importante que o cirurgião avalie suas expectativas, rotina de trabalho e comorbidades. Para encontrar um profissional com foco nessa articulação, você pode procurar um cirurgião especialista em mão para uma avaliação personalizada.
Opções cirúrgicas comuns
- Artroplastia de interposição: Retirada do trapézio e interposição de tecido para reduzir dor e manter mobilidade.
- Artrodese: Fusão da articulação para reduzir dor, indicada quando a estabilidade é prioridade e a perda de movimento é tolerável.
- Artroplastia com prótese: Substituição da articulação por prótese em casos selecionados.
A escolha depende da idade, nível de atividade, forma da articulação e preferência do paciente. Cada técnica tem vantagens e limitações; por isso a conversa com o cirurgião é fundamental.
Recuperação e expectativas
A recuperação varia com o procedimento, mas normalmente inclui imobilização inicial, seguida de fisioterapia gradual.
Em geral, a maioria dos pacientes percebe queda significativa da dor em semanas a meses. A força pode levar mais tempo para retornar, frequentemente até 6 meses ou mais.
Complicações são raras, mas podem incluir rigidez, infecção ou necessidade de revisão cirúrgica. Um bom plano de reabilitação reduz estes riscos.
Como escolher o cirurgião de mão
Procure alguém com experiência específica em cirurgia da mão e em rizartrose. Pergunte sobre número de procedimentos realizados e resultados esperados.
- Experiência comprovada: Volume de casos similares ao seu.
- Comunicação clara: Explicações realistas sobre riscos e benefícios.
- Acompanhamento pós-operatório: Plano de reabilitação e suporte após a alta.
Uma segunda opinião pode ajudar a esclarecer dúvidas e a escolher a melhor técnica para seu caso.
Decisão prática: operar ou não?
De acordo com a visão do Dr. Henrique Bufaiçal, ortopedista atuante em Goiânia e especialista em mão reconhecido nacionalmente por seu domínio das técnicas minimamente invasivas, pense em três perguntas simples. Primeiro, a dor atrapalha seu trabalho ou atividades que você gosta? Segundo, tratamentos não cirúrgicos já foram suficientes? Terceiro, está disposto a seguir o tempo de recuperação?
Se respondeu sim para duas ou mais perguntas, a cirurgia pode ser a opção que traz melhor qualidade de vida.
Rizartrose no polegar: quando o cirurgião de mão ajuda? A resposta aparece claro na prática: quando a dor e a perda de função persistem apesar de tratamentos conservadores ou quando a deformidade compromete a atividade diária. Agende uma avaliação, aplique as dicas de cuidado inicial e procure orientação profissional para decidir o melhor caminho.



