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Acordo de Trump com a UE evita crise, mas gera descontentamento –

Os Estados Unidos e a União Europeia conseguiram evitar um cenário preocupante de guerra comercial, que poderia impactar significativamente a economia de ambos os lados e aumentar os preços de muitos produtos. Apesar da alívio gerado pelo acordo, a recepção ao pacto não foi entusiástica.

O novo acordo estabelece uma tarifa de 15% sobre a maioria dos produtos europeus que entram nos Estados Unidos. Esse percentual é maior do que os 10% que estavam em vigor desde abril e muito superior à média de 1,2% que existia antes da presidência de Donald Trump. Contudo, é consideravelmente menor do que os níveis alarmantes que Trump havia ameaçado aplicar caso negociações não avançassem.

No final de maio, o clima para um acordo parecia sombrio. Trump expressou sua frustração com a falta de progresso nas tratativas com os 27 países da União Europeia, afirmando que havia encerrado as conversas com aliados próximos. Ele declarou em suas redes sociais que as discussões estavam sem resultados e, em uma coletiva no Salão Oval, mencionou que as tarifas poderiam alcançar 50%.

Essa declaração surpreendeu os negociadores europeus e motivou os líderes europeus a intensificarem as conversas. A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, contatou Trump, sinalizando que a UE se comprometeria a agir de forma decisiva. Como resultado, Trump recuou de suas ameaças e as negociações foram retomadas.

Apesar do novo acordo, as tratativas entre Estados Unidos e União Europeia se mostravam complicadas. As duas partes divergiam quanto ao desejo dos EUA de manter tarifas elevadas sobre aço e alumínio, além de planos para tarifas sobre produtos farmacêuticos. Inicialmente, as negociações não avançaram antes do prazo estipulado de 9 de julho, levando a administração Trump a postergar a aplicação de tarifas para 1º de agosto. A poucos dias do novo prazo, durante uma visita à Escócia, Trump se reuniu com von der Leyen e firmou um esboço de acordo, que, embora carente de detalhes, foi entendido como um alívio para ambos os lados.

Com o novo acordo, as duas potências econômicas evitaram uma guerra comercial que poderia ter repercussões amplas, já que os Estados Unidos tinham uma ameaça de tarifa de 50% sobre a Europa, enquanto a UE considerava retaliações que poderiam afetar indústrias importantes dos EUA.

Ambas as partes pareciam mais satisfeitas por terem chegado a um acordo do que realmente celebrando o pacto em si. Trump comentou que o acordo era positivo e von der Leyen enfatizou a importância de equilibrar o comércio, o que significaria empregos e prosperidade para ambos os lados do Atlântico.

Os mercados financeiros reagiram de forma moderada, com o índice Dow subindo 0,3%, o S&P 500 também ganhando 0,3% e o Nasdaq subindo 0,4%. Especialistas afirmaram que a possibilidade de uma guerra comercial foi evitada momentaneamente entre as duas maiores economias.

Entretanto, os detalhes do acordo ainda são incertos. A União Europeia se comprometeu a aumentar seus investimentos nos EUA em 600 bilhões de dólares e comprar 750 bilhões de dólares em produtos energéticos americanos. Também estão previstas a eliminação de tarifas sobre diversos itens como aviões, semicondutores, medicamentos genéricos e alguns produtos químicos e agrícolas.

Todavia, alguns analistas apontaram que muitos desses investimentos já eram esperados e que o acordo não resolve barreiras não tarifárias existentes, como tributos digitais. Os setores que se beneficiam do acordo sem tarifas expressaram otimismo, afirmando que foram criadas novas oportunidades de empregos e maior segurança econômica.

Entretanto, a tarifa de 15% será aplicada à maioria dos produtos, o que implica que os consumidores americanos podem enfrentar preços mais altos para produtos europeus. Analistas destacaram que isso representa um aumento de custo em importações da Europa, não necessariamente um incentivo ao comércio.

Além disso, o acordo pode ter impactos negativos para os fabricantes de automóveis americanos, dado que a tarifa sobre carros da UE contrasta com a tarifa de 25% aplicada a veículos fabricados no México. Enquanto Von der Leyen confirmou que o setor farmacêutico estava incluído nas conversas, ainda existe a possibilidade de Trump aumentar tarifas para medicamentos importados, o que poderia prejudicar as negociações.

Apesar das incertezas, muitos envolvidos nas negociações consideram que um acordo é preferível a nenhum acordo, uma vez que isso poderia evitar retaliações danosas que afetariam setores mais amplos da economia. A próxima etapa será esclarecer os detalhes da implementação do acordo.

Redação EUVO News

Conteúdo original produzido pela equipe editorial do EUVO News. Nossa redação se dedica a entregar informação de qualidade sobre eventos, cultura e atualidades do Brasil.

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