A manhã do último domingo, 6, em Feira de Santana foi marcada por muita alegria, cultura popular e devoção. O Bando Anunciador, uma tradição que remonta ao século XIX, deu início aos festejos em homenagem à padroeira da cidade, Senhora Sant’Ana. O evento atraiu milhares de pessoas para as ruas centrais, que estavam enfeitadas com cores, músicas e fantasias.
Diversos grupos de bairros como Chácara São Cosme, Olhos D’Água, Tomba, Eucalipto e Queimadinha se reuniram para participar do cortejo festivo. A criatividade foi um destaque nesta edição, com a presença de blocos que trouxeram figuras lúdicas, incluindo um boneco de Olinda.
Os foliões estavam fantasiados como uma diversidade de personagens, que incluíram ícones históricos e culturais, como a morte, a abelha, o pirata e até o Chapolin Colorado. Também foram apresentados costumes e figuras de outras culturas, como os médicos da peste negra, que, segundo o estudante Ariel Adorno, retratam a evolução da medicina.
O evento, organizado pelo Centro Universitário de Cultura e Arte (Cuca/Uefs), contou com o esforço de aproximadamente 20 funcionários e apoio de várias secretarias municipais. Sílvia Azevedo, coordenadora de eventos, disse que a festa foi um sucesso, mesmo diante da chuva e do frio. Muitas pessoas compareceram, se fantasiaram e trouxeram a família para curtir a festividade.
Não houve inscrição formal para participar do Bando, mas cerca de 15 grupos e vários blocos se uniram. Em uma inovação deste ano, os grupos da Chácara São Cosme e Olhos D’Água se juntaram, destacando a união e a alegria que o evento traz. A rainha do bando dos Olhos D’Água, Maria Bárbara, também falou sobre a alegria da festa: “Aqui você encontra muita diversidade”.
O prefeito de Conceição da Feira, João de Furão, esteve presente pela primeira vez e elogiou a iniciativa da população. Ele enfatizou a história do Bando, que já dura mais de 160 anos, e a importância da participação comunitária.
Além de celebração, o Bando Anunciador também foi um espaço para protestos. Grupos levantaram faixas com reivindicações sociais, como o professor Elson Moura, que manifestou a importância de se cumprir direitos nas discussões sobre carreira dos servidores. A enfermeira Gerusa Ché criticou a situação do plano de saúde dos servidores, pedindo ações mais efetivas do governo.
Os organizadores contaram também com o apoio da Prefeitura e da Polícia Militar para garantir a segurança do evento. O secretário de Cultura, Cristiano Lobo, destacou a importância da diversidade cultural, enquanto o Coronel Muller, responsável pela segurança, assegurou que haviam várias patrulhas para manter a ordem.
Apesar do tempo frio e chuvoso, os foliões mantiveram a animação. A festa é um momento de união e alegria, onde a diversidade de identidades e culturas é celebrada em um espírito de respeito e festividade.
Após o desfile, os grupos se dispersaram em frente ao Mercado de Arte Popular, encerrando mais um capítulo dessa rica tradição cultural.
