A polícia do México encontrou 383 corpos em um crematório particular localizado em Ciudad Juárez, no norte do país. A informação foi divulgada por promotores locais na terça-feira.
Segundo o Ministério Público de Chihuahua, os corpos estavam empilhados de maneira desorganizada em várias salas do crematório, levantando questões sobre a negligência dos responsáveis pelo local. Javier Sanchez Herrera, diretor de Serviços Forenses, confirmou que dos 383 cadáveres, 218 eram do sexo masculino, 149 do sexo feminino e 16 ainda não tinham sido identificados.
Todas as vítimas estavam embalsamadas e, supostamente, deveriam ter certidões de óbito, conforme o protocolo exigido para o tratamento de restos mortais. As autoridades acreditam que a maioria desses corpos havia sido velada e, em seguida, levada ao crematório para a incineração, com as cinzas sendo devolvidas às famílias. No entanto, investigações indicam que isso pode não ter ocorrido, levando a possibilidade de que os parentes tenham recebido materiais diferentes das cinzas de seus entes queridos.
Durante a operação de fiscalização, duas pessoas foram detidas com acusações relacionadas a sepultamento indevido, exumação e maus-tratos a cadáveres. Acredita-se que esses indivíduos sejam operadores do crematório, que foi contratado por pelo menos cinco funerárias para a incineração dos corpos ao longo de até cinco anos.
O procurador-geral de Chihuahua, Cesar Jauregui, afirmou que a atuação das autoridades responsáveis pela fiscalização desses estabelecimentos será investigada.
