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Carlos Nobre alerta para o maior risco já enfrentado pelo planeta –

Carlos Nobre é um renomado cientista climático, amplamente respeitado pelo seu trabalho sobre a Amazônia e as mudanças climáticas. Ele é pesquisador sênior do Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo (USP) e copresidente do Painel Científico para a Amazônia. Ao longo de sua carreira, Nobre destacou o risco de a Floresta Amazônica se transformar em uma savana, um alerta que ecoa a gravidade da situação atual.

Em suas observações, ele enfatiza que a humanidade está frente a um grande desafio. Atualmente, a temperatura global já superou 1,5°C em relação aos níveis pré-industriais, um aumento que traz sérias consequências ambientais. Segundo ele, a última vez que a Terra enfrentou uma crise climática dessa magnitude foi há milhares de anos, quando a população humana era bem menor. Agora, porém, esse aquecimento é fruto das ações humanas, como a queima de combustíveis fósseis e o desmatamento.

Os impactos desse aumento de temperatura são graves. Nobre aponta que, mesmo que as emissões de gases do efeito estufa sejam reduzidas em apenas 3% até 2030, e que se estabeleça um compromisso de zerar essas emissões até 2050, as consequências ainda seriam severas, incluindo ondas de calor e secas mais frequentes.

Sobre a Amazônia, ele alerta que estamos muito perto de um ponto de não retorno. Nos últimos anos, a estação seca se prolongou em várias semanas, e se essa tendência continuar, em algumas décadas, o que era uma floresta densa pode se transformar em um deserto. A capacidade da Amazônia de retirar gás carbônico da atmosfera caiu drasticamente, passando de 1,5 bilhão de toneladas por ano na década de 1990 para apenas 200 a 300 milhões de toneladas atualmente.

Nobre também ressalta que o Brasil possui uma imensa biodiversidade, com uma percentagem significativa das espécies do mundo. No entanto, apenas uma pequena fração do PIB do país está relacionada a produtos da biodiversidade amazônica. Ele vê uma grande oportunidade para o Brasil na bioeconomia, que poderia valorizar nossos recursos naturais e promover a restauração de biomas.

O governo brasileiro lançou recentemente a iniciativa “Arco da Restauração”, que visa reverter a degradação ambiental no sul da Amazônia, restaurando até 240 mil km² de florestas. Além disso, há programas de financiamento para comunidades locais e para o setor privado, visando incentivar essa restauração.

No entanto, Nobre destaca que a resistência por parte da indústria agrícola é um obstáculo significativo. Esse setor muitas vezes ignora os riscos da mudança climática e a urgência de adotar práticas sustentáveis. Ele adverte que a continuidade desse caminho pode prejudicar, inclusive, a agricultura brasileira no futuro.

No cenário internacional, o cientista elogia a posição do presidente Lula, que defende que todos os países devem se comprometer a chegar a emissões líquidas zero até 2040. Essa meta é essencial para evitar o agravamento da crise climática.

Apesar de todos esses desafios, Nobre vê esperanças na crescente preocupação dos jovens em todo o mundo com a questão climática. A conscientização das novas gerações é vista como um fator positivo na luta contra as mudanças climáticas.

Entretanto, ele também alerta que, se não houver mudanças drásticas, as consequências podem ser catastróficas. O aquecimento global, se continuar nesse ritmo, poderá levar a uma extinção em massa sem precedentes, causada pela própria atividade humana. A situação exige ação imediata e consciente para garantir um futuro seguro e sustentável para as próximas gerações.

Redação EUVO News

Conteúdo original produzido pela equipe editorial do EUVO News. Nossa redação se dedica a entregar informação de qualidade sobre eventos, cultura e atualidades do Brasil.

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