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Clóvis de Barros Filho fala sobre amor como sentimento –

Clóvis de Barros Filho é um nome bem conhecido no Brasil. Ele é jornalista, filósofo e um especialista em Ética, ligado à Escola de Comunicações e Artes da USP. Com um currículo extenso que inclui uma formação em Jornalismo pela Cásper Líbero e Direito pela USP, além de um mestrado na Sorbonne e um doutorado em Ciências da Comunicação pela USP, ele compartilha suas ideias por meio de livros e também nos podcasts “Inédita Pamonha” e “#PartiuPensar”. O que ele fala sobre amor e moral não é só teoria: ele nos faz refletir sobre como esses conceitos se entrelaçam no nosso cotidiano.

Por que amor não é escolha racional?

Um dos pontos centrais de Clóvis é que o amor é um sentimento espontâneo. Ele aparece sem que a gente decida e, com a mesma facilidade, pode desaparecer. O que ele defende é que amor não é uma escolha racional ou moral; é algo que nos surpreende, afetando o nosso corpo e emoções. Quando nos apaixonamos, não escolhemos sentir isso. É como se fôssemos espectadores das nossas próprias emoções.

Esse conceito pode ser bem compreendido quando pensamos em como nos sentimos em um relacionamento. Muitas vezes, não conseguimos controlar quando algo intenso começa ou termina. É um fenômeno que fugiu ao nosso controle.

Como a moral imita o comportamento amoroso?

Quando Clóvis fala que a moral pode apenas imitar o amor, ele se refere a como agimos mesmo que não sintamos aquela paixão genuína. Por exemplo, pode ser que um gesto de carinho não venha do coração, mas sim de uma escolha consciente de agir com amor. Essa “imitação” é importante para manter nossas relações e princípios sociais, mesmo quando a emoção não está tão forte.

A moral, nesse sentido, ajuda a manter uma estrutura de convívio. Mesmo que não sintamos amor ardente, ter um código moral nos ajuda a agir de maneira generosa e responsável. Isso mantém os laços sociais mais fortes.

Quais são as três formas clássicas de amor segundo Clóvis?

Clóvis utiliza ensinamentos da filosofia para explicar que o amor tem diferentes formas. Ele menciona três tipos clássicos:

  1. Eros: Esse é o amor do desejo. Quando estamos apaixonados, sentimos esse desejo, mas ele pode desaparecer rapidamente.

  2. Philia: Este é o amor da amizade e da alegria por aqueles que já estão em nossas vidas, é o carinho e o apego aos nossos, como amigos e familiares.

  3. Ágape: Um amor altruísta, que se preocupa com o bem do outro, mesmo que isso signifique abrir mão de conforto próprio. É o amor que coloca o outro em primeiro lugar.

Aqui, Clóvis mostra que amor não é só paixão. Pode ser um sentimento que nos leva a agir de forma carinhosa e responsável.

Qual o papel da moral nas nossas escolhas?

A moral é uma ferramenta de decisão. Clóvis diz que ela é a “inteligência a serviço da vida”. Em várias situações do dia a dia — no trabalho, na família ou na sociedade —, a moral ajuda a fazer escolhas que nos mantêm coesos, mesmo quando a paixão não está presente.

A ética, então, é a base para convivermos juntos. Ela nos dá diretrizes, especialmente quando o amor não é suficiente para nos guiar. A moral não é contrária ao amor; é como uma forma de preservá-lo em momentos difíceis.

Amor e moral: conflitos e sinergias

Amor e moral têm suas diferenças, mas também existem momentos em que se complementam. O amor é passageiro e pode mudar, enquanto a moral tende a ser mais constante. Clóvis ressalta que, ao agir de maneira moral, mesmo sem entusiasmo emocional, conseguimos construir relacionamentos saudáveis e assumir responsabilidades.

Isso se torna essencial, principalmente em períodos em que o amor romântico pode diminuir. A moral mantém nossos compromissos, permitindo que nos conectemos por escolhas deliberadas.

Como aplicar isso no dia a dia?

Essas reflexões podem ser muito úteis para cultivar relações mais saudáveis.

  • Você pode, por exemplo, dividir tarefas em casa, mesmo que a empatia não esteja tão forte.
  • Oferecer apoio para amigos e familiares, mesmo quando não há aquele impulso emocional.
  • Educar os filhos com carinho e responsabilidade, mesmo em dias difíceis.

Esses pequenos atos podem transformar a moral em algo vivo e presente nas nossas ações cotidianas.

Como essa reflexão impacta sua vida hoje?

A grande questão que Clóvis levanta é: amamos porque decidimos? Ele afirma que o amor verdadeiro não é uma decisão, mas a moral é. Essa compreensão traz mais clareza nas relações. Ao reconhecer quando estamos agindo por afeto ou por um compromisso ético, conseguimos construir laços mais fortes e evitar desilusões.

Pensar sobre isso pode ser uma forma de amadurecer emocionalmente e entender melhor como navegam nossas emoções e escolhas.

Redação EUVO News

Conteúdo original produzido pela equipe editorial do EUVO News. Nossa redação se dedica a entregar informação de qualidade sobre eventos, cultura e atualidades do Brasil.

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