Argentina fecha acordo com EUA para isenção tarifária –

O presidente da Argentina, Javier Milei, está em negociações com os Estados Unidos para um acordo de livre comércio que pode beneficiar as exportações argentinas. Desde abril, o objetivo é conseguir a isenção tarifária para 100 produtos do país, o que representaria cerca de 80% das exportações argentinas para os Estados Unidos. Recentemente, o presidente americano, Donald Trump, estendeu a isenção tarifária que terminaria em 9 de julho até 1º de agosto.
Se essas negociações forem bem-sucedidas, entre 70% e 80% das exportações argentinas poderiam sair sem tarifas. Isso inclui produtos como vinho, limão e algodão. No entanto, itens como alumínio e aço continuariam com tarifas de 50%.
O diálogo sobre a redução de tarifas começou antes da gestão de Trump, quando o governo de Joe Biden já discutia um Acordo de Complementação Econômica com a Argentina. As discussões comerciais haviam avançado após a presidência de Alberto Fernández, especialmente depois que as relações diplomáticas entre os dois países melhoraram, especialmente após a Argentina se aproximar de nações como Rússia e China.
Atualmente, a Argentina tem uma exportação anual de cerca de US$ 6,5 bilhões para os Estados Unidos, representando aproximadamente 10% do total de US$ 70 bilhões em exportações do país. Produtos como insumos agrícolas, energia, minerais, químicos e alimentos processados estão entre os principais itens exportados.
O ministro das Relações Exteriores e do Comércio Exterior da Argentina, Gerardo Werthein, está também buscando um acordo mais amplo entre os dois países. Em uma reunião em Washington com o secretário de Comércio dos Estados Unidos, Howard Lutnick, foram discutidas medidas que podem fortalecer a parceria entre os países.
Trump solicitou à Argentina a eliminação de todas as barreiras tarifárias e não tarifárias para as exportações dos Estados Unidos. Isso poderia fortalecer as cadeias de suprimentos e evitar uma crise caso ocorra uma guerra comercial mais ampla, como por exemplo, com a China.
Javier Milei também comentou sobre a relação entre Brasil e Estados Unidos. Ele sugeriu que o Brasil deveria agradecer pela taxa de 10% aplicada aos produtos brasileiros, considerando que essa taxa era menor do que a prevista de 35%. Milei argumentou que sua boa relação com a Casa Branca contribuiu para essa condição favorável. Ele afirmou que um aumento de tarifas poderia prejudicar tanto o Brasil quanto a Argentina, reconhecendo a interdependência econômica entre os países do Mercosul.