O governo dos Estados Unidos aceitou um pedido de consultas feito pelo Brasil na Organização Mundial do Comércio (OMC) sobre a tarifa de 50% imposta por Donald Trump a produtos brasileiros. O pedido foi apresentado há uma semana, argumentando que as taxas estão em desacordo com as normas internacionais.
No documento, o Brasil destacou que os Estados Unidos estão tratando o país de forma desigual em comparação a outros parceiros comerciais. O governo brasileiro argumentou que, ao isentar alguns países dessas tarifas, os EUA estão oferecendo uma vantagem injusta em relação aos produtos brasileiros. Essa abordagem, segundo o Brasil, não segue os princípios de igualdade no comércio internacional.
A aceitação do pedido de consulta é vista como um sinal positivo para o governo brasileiro, pois abre espaço para negociações com os Estados Unidos. Caso o pedido não fosse aceito, o Brasil poderia solicitar um comitê de arbitragem para definir compensações, caso a decisão fosse favorável.
Entretanto, a aceitação veio acompanhada de uma carta dos EUA à OMC, na qual o governo americano defendeu a necessidade das tarifas como parte de medidas para enfrentar uma emergência econômica, alegando déficits comerciais significativos. Os EUA também afirmaram que questões de segurança nacional não podem ser revisadas ou decididas pela OMC.
Além disso, as autoridades americanas manifestaram interesse em discutir uma data para o diálogo sobre o tema. A carta também mencionou que Trump considerou ações adicionais necessárias devido a políticas do governo brasileiro que, segundo os EUA, ameaçam a segurança nacional e a economia do país.
No pedido enviado, o Brasil argumentou que a tarifa de 50% ultrapassa os limites estabelecidos em acordos internacionais. O governo brasileiro também criticou os EUA por não terem buscado o Órgão de Solução de Controvérsias da OMC antes de implementar as tarifas, afirmando que essa abordagem é inconsistente com as normas do comércio internacional.
