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Humorista brasileiro impede entrada em Moçambique para show –

O humorista brasileiro Murilo Couto cancelou uma apresentação em Maputo, Moçambique, após ser retido no aeroporto junto com seu grupo, Tons de Comédia, que inclui o angolano Gilmário Vemba e o português Hugo Souza. O incidente ocorreu no domingo, 20 de outubro.

O comediante Gilmário Vemba, em um vídeo publicado nas redes sociais do grupo, comunicou que estavam no aeroporto desde a tarde e não haviam recebido informações sobre seu destino. Ele destacou a incerteza que enfrentavam e a decisão de cancelar o show devido a essa situação.

O grupo chegou à capital moçambicana acompanhado de seu agente, Pedro Gonçalves, da produtora Showtime. Na noite anterior, eles haviam realizado uma apresentação em Luanda, Angola. Conforme relatos, ao desembarcarem, foram abordados por autoridades locais antes de chegarem à imigração. Um agente pediu seus passaportes e mencionou que teriam prioridade pela proximidade da apresentação. Contudo, ao chegarem à imigração, solicitaram um “visto de atividades culturais”.

Murilo Couto havia solicitado esse visto previamente, mas apenas ele precisava do documento, enquanto Gilmário e Hugo não precisavam de visto para entrar em Moçambique. Para que a permissão fosse concedida a Murilo, ele deveria fornecer um comprovante de estadia que fosse devidamente carimbado pelo hotel onde ficaria em Maputo. O grupo informou que enviou o documento pouco tempo após a solicitação, mas não obteve retorno. Quando tentaram pagar o visto no aeroporto, foram informados que teriam que aguardar.

Logo depois, um representante da TAAG, Linhas Aéreas de Angola, informou que a imigração determinou que a comitiva retornasse a Luanda. Os comediantes só conseguiram conversar com um responsável pela imigração após o cancelamento do show e foram informados de que, por ordens superiores, não poderiam entrar no país. Além disso, não foi permitido que passassem a noite em um hotel, pois deveriam embarcar para Lisboa no dia seguinte, 21 de outubro.

Dinis Tivane, assessor do político moçambicano Venâncio Mondlane, comentou que Gilmário Vemba foi impedido de entrar em Moçambique por suas opiniões. Tivane fez esta declaração em uma publicação nas redes sociais na mesma noite do acontecimento. Gilmário se reuniu com Mondlane em julho em Lisboa, onde discutiram questões políticas, incluindo uma expressão popular em Moçambique, “Anamalala”, que se tornou um símbolo das manifestações contra os resultados das eleições gerais.

Essas eleições, realizadas em 9 de outubro, provocaram agitações sociais e protestos, particularmente contra a vitória de Daniel Chapo, do partido Frelimo. Organizações não governamentais relataram que cerca de 400 pessoas morreram em confrontos com a polícia durante esse período de turbulência. A situação só começou a se acalmar após diálogos de pacificação entre Mondlane e Chapo em março e maio.

Redação EUVO News

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