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Inflação de junho deve ficar acima da meta pela primeira vez –

A inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deve descumprir a meta contínua estabelecida pelo Banco Central pela primeira vez. Essa nova metodologia, que foi implementada em janeiro deste ano, define que a inflação deve ser verificada de forma contínua, em vez de ser avaliada anualmente, como era feito anteriormente. Considera-se que a meta foi descumprida se a inflação acumulada nos últimos 12 meses ultrapassar o intervalo de tolerância por seis meses consecutivos.

O Conselho Monetário Nacional (CMN) definiu uma meta de 3,0% para a inflação em 2024, 2025 e 2026, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima e para baixo. Isso significa que o limite inferior é de 1,5% e o superior de 4,5%. A partir de janeiro de 2025, a inflação já estava em 4,56%, e os dados de junho devem confirmar que a taxa está fora da meta por seis meses seguidos.

Luciano Costa, economista-chefe da Monte Bravo, observou que, mesmo que os resultados de junho surpreendam os analistas, a inflação não deve atingir o teto da meta rapidamente. Ele estima que o IPCA acumulado em 12 meses chegue a 5,4% em junho, o que é quase um ponto percentual acima do limite superior.

Embora a Monte Bravo tenha revisado suas projeções para a inflação em 2025, passando de 5,7% para 5,5%, Costa acredita que a taxa só deve alcançar os 4,5% no final de 2026. Fatores como a queda no preço dos alimentos e a desvalorização do dólar podem ajudar a reduzir a inflação, mas não o suficiente para que ela se mantenha dentro do limite estabelecido.

O economista diz que a inflação tende a se acomodar em 2026, e essa acomodação dependerá principalmente de dois fatores: a desaceleração da economia devido ao aumento das taxas de juros e a coordenação das expectativas em relação a uma política fiscal que cumpra as metas estabelecidas. Quanto mais o governo se comprometer com o cumprimento dessas metas, maior será a confiança do mercado e a tendência de queda na inflação.

A Warren Investimentos, que tem uma visão um pouco mais otimista, também prevê que a inflação chegue a 4,5% apenas no final de 2026. A expectativa é que o IPCA registre 5,24% em junho e finalize o ano de 2025 em 5,0%.

No atual modelo de meta contínua, se a inflação ficar acima do teto, o presidente do Banco Central precisa redigir uma carta explicativa. Até dezembro do ano passado, essa carta era escrita ao final do ano. Contudo, em 2025, o presidente do Banco Central já teve que redigir essa carta devido ao descumprimento da meta em 2024, e deverá fazê-lo novamente em 2026.

Essa nova metodologia foi estabelecida por meio de um decreto publicado em junho de 2024, após ter sido anunciada no ano anterior. A implementação desse modelo tem como objetivo aprimorar a forma de monitoramento da inflação e as respostas do Banco Central às variações de preços.

Redação EUVO News

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