Alemanha e Reino Unido firmam pacto de defesa mútua –

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Nesta quinta-feira, 17 de agosto, o primeiro-ministro alemão, Friedrich Merz, e o líder britânico, Keir Starmer, assinaram um importante tratado de defesa conhecido como Tratado de Kensington. Diferente da visita de Estado do presidente francês Emmanuel Macron, que incluiu um passeio de carruagem e um banquete no Castelo de Windsor, esta cerimônia foi mais modesta, mas significou um passo significativo para a união da Europa diante de ameaças externas.
O Tratado de Kensington estabelece um compromisso mútuo entre Alemanha e Reino Unido para se apoiarem militarmente em caso de um ataque armado. Essa colaboração é um reflexo do entendimento que os dois países têm em um contexto de crescente tensão global, especialmente em relação à agressão da Rússia na Ucrânia. O acordo complementa um esforço anterior, onde na semana passada, após a visita de Macron, o Reino Unido e a França concordaram em coordenar melhor suas defesas nucleares.
Este tratado não se restringe apenas à defesa militar. Ele também abrange áreas como energia, cooperação econômica e migração. O objetivo é fortalecer os laços entre os dois países, especialmente em um momento em que a Europa busca maior autonomia em termos de segurança, influenciada pelas políticas do presidente americano Donald Trump e pela situação na Ucrânia.
Merz, que é um líder de centro-direita e assumiu o cargo em maio, destacou a importância da aliança em um cenário desafiador. Ele acredita que a agressão russa está alterando a segurança do continente europeu. Starmer, anfitrião de Merz na Downing Street, reiterou o compromisso do Reino Unido em apoiar a Ucrânia, ressaltando a necessidade de enfrentar os desafios contemporâneos.
O local da assinatura, o Victoria and Albert Museum em Kensington, foi escolhido simbolicamente, já que é nomeado em homenagem à rainha Vitória e ao príncipe Albert, contribuindo para um simbolismo histórico e amistoso entre Alemanha e Reino Unido.
As autoridades alemãs descreveram o tratado como uma “amizade”, uma forma de estreitar as relações entre os dois países, especialmente após a saída do Reino Unido da União Europeia. Em um momento de dificuldades econômicas, o acordo inclui medidas para intensificar laços comerciais e cooperação em pesquisa e infraestrutura.
Além disso, o tratado aborda questões relacionadas à migração, estabelecendo uma nova colaboração para combater o tráfico de pessoas e facilitar a visita de cidadãos britânicos e alemães. Isso permitirá maior agilidade para viajantes frequentes, que poderão passar com mais facilidade pelos aeroportos.
Starmer elogiou a mudança na legislação alemã que permite a apreensão de pequenas embarcações utilizadas por imigrantes, considerando isso um passo importante, que se alinha com um acordo firmado anteriormente com a França para controlar a travessia ilegal de migrantes pelo Canal da Mancha.
A visita de Merz, embora mais discreta que a de Macron, é significativa. Os dois líderes, centristas e relativamente novos em seus cargos, têm a chance de estabelecer uma parceria duradoura em um cenário político desafiador. Enquanto Starmer já completou um ano como primeiro-ministro, Macron se aproxima do fim de seu mandato, com eleições previstas para 2027.