Nascem filhotes de lobo-guará no zoológico de São Paulo –

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Dois filhotes de lobo-guará nasceram no Zoológico de São Paulo, segundo um comunicado da instituição. Os filhotes, um macho e uma fêmea, são filhos de Caju e Pitanga, que são parte da população de lobos-guará do zoológico.
O nascimento ocorreu no dia 17 de maio e, desde então, os filhotes receberam cuidados especiais de veterinários e biólogos em uma área restrita do zoo. Agora mais desenvolvidos, eles foram levados junto com a mãe para a área de visitação, onde o público pode vê-los.
De acordo com Luan Morais, biólogo responsável pelo setor de mamíferos do zoológico, a reprodução de lobos-guará em cativeiro é um processo complicado e exige condições específicas de manejo. O sucesso desses nascimentos é importante para a conservação da espécie, que enfrenta desafios em seu habitat natural.
O lobo-guará, conhecido como o maior canídeo da América do Sul, tem seu nome relacionado à coloração avermelhada de seu pelo, sendo “guará” uma palavra da língua tupi-guarani que significa “vermelho”. Essa espécie é considerada vulnerável à extinção pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e quase ameaçada pela União Internacional para a Conservação da Natureza.
O lobo-guará habita os campos abertos da América do Sul, desde o sul do Peru até o Uruguai, e no Brasil é mais frequentador do cerrado, uma área que enfrenta sérios problemas de desmatamento devido ao avanço do agronegócio. Em 2012, a população de lobos-guará no Brasil era estimada em 6.085 indivíduos, mas caiu para 5.642 em 2020, refletindo uma perda de 5% em oito anos. Essa tendência de diminuição pode levar a uma redução ainda maior, estimando-se uma perda de 12% da população até 2030.
Além do desmatamento, outros riscos à sobrevivência da espécie incluem conflitos com a população local, como predação de animais domésticos, e atropelamentos. Aproximadamente 1.500 lobos-guará são atropelados anualmente nas estradas pavimentadas do Brasil.
Os lobos-guará são animais onívoros, com uma dieta que inclui pequenos roedores e frutas, como goiaba, gabiroba, araçá e lobeira, esta última recebendo o nome em referência ao animal. Eles desempenham um papel crucial como dispersores de sementes, ajudando a manter o equilíbrio do ecossistema em que vivem.