Por que os preços dos ingressos para shows são altos e como barateá-los –
Os preços dos ingressos para shows têm se tornado um grande desafio para os fãs de música. Ao visualizar a possibilidade de apreciar uma apresentação ao vivo de seu artista favorito, muitos se deparam com o preço elevado das entradas. Em 2024, o preço médio dos ingressos para as 100 turnês mais populares é de aproximadamente R$ 675,00. Embora os preços tenham diminuído um pouco este ano, ainda estão muito acima dos valores de 2019, que eram cerca de R$ 470,00, e de R$ 110,00, em 1996.
A Ticketmaster, uma das grandes empresas de venda de ingressos, tem sido apontada como culpada nessa situação. Desde que se fundiu com a Live Nation em 2010, a empresa passou a dominar o mercado de eventos ao vivo. Isso gerou críticas da Justiça dos Estados Unidos, que a considera um monopólio. Enquanto a Live Nation nega essas acusações, a polêmica sobre os preços dos ingressos continua.
Entretanto, a Ticketmaster não é a única responsável pela alta dos preços. A estrutura atual da indústria musical e as exigências dos fãs também influenciam nesse cenário. Cada vez mais, os artistas dependem de turnês para garantir sua renda, já que as vendas de álbuns e as receitas de streaming estão em queda. De acordo com David Lowery, um conhecido músico e defensor dos direitos dos artistas, as turnês se tornaram a principal fonte de renda para muitos, levando ao aumento dos preços das entradas.
Além disso, os custos relacionados à produção e operação dos shows têm subido. Fatores como inflação, aumento dos preços de equipamentos, combustíveis e mão de obra impactam diretamente o valor final das entradas. Os artistas também competem para oferecer apresentações cada vez mais elaboradas, com visual e iluminação sofisticados, para atender às expectativas do público.
Quando a demanda por ingressos é alta, os artistas e suas equipes se sentem pressionados a aumentar os preços. Por exemplo, se um ingresso é vendido por R$ 250,00 no mercado primário, mas é revendido por até R$ 800,00 no mercado secundário, isso representa uma perda significativa para os artistas.
A Ticketmaster e outras plataformas de revenda, como StubHub e Vivid Seats, também contribuem para essa situação. A Ticketmaster usa preços dinâmicos, onde o valor dos ingressos varia de acordo com a popularidade do show. Embora a empresa afirme que essa estratégia é decidida pelos artistas, críticos destacam que a dominância da Ticketmaster no setor de eventos ao vivo a torna menos incentivada a melhorar a experiência do consumidor.
A questão se complica ainda mais quando se considera o mercado secundário. Muitas vezes, os ingressos para um show esgotam rapidamente e, em questão de minutos, aparecem em sites de revenda a preços exorbitantes. Mesmo com a legislação tentando limitar a revenda especulativa, a prática persiste. Em alguns casos, ingressos anunciados em sites de revenda nem sequer estão disponíveis, o que gera frustração entre os consumidores.
Diante dessa complexidade, as possíveis soluções para os altos preços dos ingressos são debatidas. Alguns defendem a ideia de que a separação da Ticketmaster e Live Nation poderia acirrar a concorrência e, consequentemente, baixar preços. Especialistas também sugerem que oferecer mais controle aos artistas sobre a revenda de ingressos pode ser um passo positivo.
Por enquanto, a procura por eventos ao vivo continua alta, o que tende a manter os preços elevados. Apesar das incertezas econômicas, como tarifas e uma possível recessão, a demanda por shows live não dá sinais de desaceleração. A realidade do mercado de ingressos é complexa, e a busca por soluções para torná-lo mais acessível continua.
