Na manhã de sexta-feira, o estado do Texas enfrentou uma forte tempestade que resultou em inundações severas, especialmente ao longo do rio Guadalupe. As chuvas intensas subiram o nível do rio em impressionantes 26 pés em apenas 45 minutos, deixando muitos moradores de Kerr County em situações críticas. Até agora, foram confirmadas 78 mortes, com 68 ocorrências apenas neste condado, e muitos ainda estão desaparecidos.
Antes da tempestade, na quarta-feira, as autoridades do Texas já estavam se preparando, mobilizando recursos de emergência e recebendo alertas do Serviço Nacional de Meteorologia. Na tarde de quinta-feira, um aviso de inundação foi emitido para várias partes do estado, indicando que chuvas intensas poderiam atingir a região. No entanto, quando a tempestade atingiu seu ápice na madrugada de sexta-feira, a magnitude da calamidade pegou muitos de surpresa.
O juiz Rob Kelly, chefe administrativo do condado de Kerr, declarou que inundações são comuns na região, mas episódios dessa gravidade são raros. Ele afirmou que não havia previsão de que um evento tão devastador pudesse ocorrer. Em resposta, um porta-voz do Serviço Nacional de Meteorologia destacou que reuniões sobre a previsão do tempo foram feitas com autoridades locais e que avisos de enchente foram emitidos tanto na noite de quinta-feira quanto na manhã de sexta.
A divisão entre as autoridades do estado e os meteorologistas começou a se aprofundar após a tempestade. Embora tenha havido uma onda de críticas sobre a precisão das previsões, estudiosos afirmam que prever fenômenos climáticos complexos, especialmente situações de forte precipitação, continua sendo um grande desafio. Michael Morgan, professor de ciências atmosféricas, expressou que a meteorologia enfrenta dificuldades para prever exatamente onde as chuvas mais intensas cairão, o que torna a comunicação das previsões ainda mais desafiadora.
Na manhã de sexta-feira, o Serviço Nacional de Meteorologia emitiu um aviso de inundação que rapidamente se tornou uma emergência devido ao nível elevado das águas. Alguns críticos, incluindo o chefe da Divisão de Gerenciamento de Emergências do Texas, questionaram se a comunicação das previsões foi inadequada, especialmente em uma região familiarizada com inundações.
O governador do Texas, Greg Abbott, reconheceu que os alertas sobre a possibilidade de enchente foram disseminados, mas muitos na área não esperavam uma quantidade tão grande de água, referindo-se à situação como uma “muralha de água” de praticamente 30 pés. Segundo especialistas, a complexidade do evento meteorológico, aliado a cortes nas equipes do Serviço Nacional de Meteorologia, pode ter contribuído para a gravidade das inundações.
Com a perda de cerca de 600 trabalhadores do Serviço Nacional de Meteorologia este ano, a agência anunciou que começaria a recrutar mais de 100 novos funcionários para estabilizar suas operações. A ausência de um meteorologista de coordenação de avisos, como Paul Yura, que se aposentou recentemente, também foi notada durante este evento crítico.
A tragédia na região destaca não apenas os desafios enfrentados na previsão do clima extremo, mas também a necessidade de um investimento contínuo em pesquisa e pessoal dentro do Serviço Nacional de Meteorologia para melhorar a precisão das previsões e proteger as comunidades vulneráveis no futuro.
