Na madrugada do dia 14 de outubro, o valor do Bitcoin atingiu um novo recorde histórico, alcançando a impressionante cifra de US$ 123.091,61, de acordo com dados do Coin Market Cap. Essa alta está sendo impulsionada pela Crypto Week, evento relevante no setor de criptomoedas, mesmo em um cenário de crescente incerteza política. Recentemente, Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, anunciou a implementação de uma tarifa de 30% sobre produtos importados do México e da União Europeia, aumentando a aversão ao risco entre investidores.
O ambiente regulatório nos Estados Unidos também influencia o otimismo dos investidores. Durante esta semana, deputados americanos estão debatendo três projetos de lei significativos relacionados a criptoativos. Esses projetos incluem a Lei GENIUS, que visa regular a emissão e supervisão de stablecoins, a Lei Clarity, que busca definir quais órgãos têm competência para supervisionar o setor, e a Lei Anti-CBDC Surveillance, que limita a adoção de um possível dólar digital.
Especialistas do setor comentam sobre as perspectivas futuras. Guilherme Prado, gerente nacional da Bitget no Brasil, acredita que o preço do Bitcoin deve se estabilizar entre US$ 120 mil e US$ 130 mil, apresentando um forte movimento de alta. Andre Franco, CEO da Boost Research, compartilha a expectativa positiva, mencionando que os resultados da Crypto Week, que provavelmente serão favoráveis, devem influenciar o mercado, assim como novos anúncios de tarifas.
Com o Bitcoin em ascensão, muitos investidores estão avaliando o quanto teriam lucrado se tivessem investido na criptomoeda há uma década. Um levantamento feito pela Vault Capital, consultoria de investimentos em criptomoedas, mostra que um investimento de R$ 10 mil, realizado em 14 de julho de 2015, poderia ser resgatado hoje por impressionantes R$ 6,417 milhões.
Naquela data, o Bitcoin estava cotado a R$ 900,68. Hoje, seu valor em reais é de R$ 701.827,20, o que representa uma valorização de 77.917% ao longo dos dez anos. Isso significa que, com R$ 10 mil em julho de 2015, seria possível adquirir 11,1 Bitcoins, que agora valem aproximadamente R$ 7,78 milhões. No entanto, o valor que um investidor realmente obteria ao resgatar essa quantia seria de “apenas” R$ 6,41 milhões.
Igor Carneiro, CEO da Vault Capital, explica que essa diferença se deve ao fato de que o cálculo considera uma operação realizada em uma exchange estrangeira, que cobra uma taxa de 0,10% sobre o valor negociado. Além disso, ao transferir os fundos para uma conta bancária no Brasil, o investidor precisa prestar contas ao Imposto de Renda, o que gera uma DARF de R$ 1,36 milhão devido a uma alíquota de 17,5% sobre os ganhos de capital. Após o pagamento do imposto, o montante total fica em R$ 6.417.667,51, o que representa um retorno de 641 vezes o valor inicial investido.
Carneiro também recomenda que os investidores vendam seus ativos de forma gradual para evitar que uma quantia substancial seja depositada nas corretoras, o que poderia causar uma queda momentânea no preço do Bitcoin. Ele sugere a venda de pequenas frações da criptomoeda, utilizando ordens de venda limitadas para não impactar significativamente o mercado.
