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Relatório que fundamentou ataque dos EUA e Israel ao Irã foi gerado por IA –

Israel e os Estados Unidos justificaram um ataque ao Irã com a alegação de que o país estaria acumulando urânio suficiente para desenvolver uma bomba nuclear. Essa narrativa teria sido influenciada por um relatório gerado por um programa de Inteligência Artificial (IA) chamado Mosaic, contratado pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).

O major-general Agostinho Costa, especialista em segurança e ex-vice-presidente da Associação EuroDefese-Portugal, afirma que esta pode ser a primeira guerra iniciada com base em informações geradas por IA. Ele explica que a IA constatou condições que indicariam que o Irã poderia estar a caminho de construir armas nucleares. No entanto, Costa ressalta que o relatório da AIEA de 31 de maio de 2025 não apresentou evidências concretas, apenas deduções que foram levadas em conta pelo órgão, sendo estas utilizadas como justificativa para os ataques.

O Mosaic é um sistema de coleta e análise de dados desenvolvido para auxiliar na segurança global, sendo utilizado em diversas áreas, incluindo na inteligência policial e na luta contra o terrorismo. O programa foi criado após os eventos de 11 de setembro de 2001 e foi adquirido pela AIEA em um contrato estimado em 41 milhões de euros. O controle do Conselho da agência atômica é predominantemente ocidental, com influências marcantes da Alemanha, França, Reino Unido e dos Estados Unidos.

Após o relatório da AIEA, que indicou que o Irã não estava cumprindo totalmente suas obrigações de inspeção nuclear, Israel lançou um ataque poucos dias depois, elevando tensões na região. O Irã reagiu criticando a AIEA por “agir politicamente” e, após um breve conflito, seu parlamento decidiu suspender a colaboração com a agência.

Embora a AIEA não tenha provado a existência de um programa ativo de armas nucleares no Irã, os alertas sobre a possibilidade de desenvolvimento desse tipo de armamento persistem. Para o general Costa, a narrativa que liga o Irã a armas nucleares serviu como justificativa para as ações militares dos Estados Unidos e Israel.

O programa de IA Mosaic, desenvolvedor da Palantir, da qual Peter Thiel é cofundador, surgiu como uma solução para a crescente demanda por monitoramento nuclear global, diante da falta de recursos financeiros adequados para a AIEA.

O general Costa observa que não há evidências concretas que demonstrem que o Irã esteja, de fato, procurando desenvolver armas nucleares. Ele defende que o programa nuclear do Irã é predominantemente pacífico. O país, que alcançou um nível de enriquecimento de urânio de 60%, ainda está longe do limite de 90% necessário para a fabricação de armas nucleares. Costa menciona que Israel lançou ataques cibernéticos à infraestrutura nuclear iraniana, o que provocou o aumento do nível de enriquecimento como uma forma de retaliação.

O Irã rejeita repetidamente as acusações de que visa desenvolver armas nucleares, afirmando que seu programa é destinado a fins pacíficos. Atualmente, o país estava em negociações com os Estados Unidos sobre seu programa nuclear quando ocorreu o ataque por parte de Israel.

No relatório da AIEA, publicado em 31 de maio de 2025, as preocupações com o programa nuclear iraniano são enfatizadas, destacando que, embora o enriquecimento de urânio não seja proibido, o fato de o Irã ser o único estado sem armas nucleares que concentra urânio a 60% levanta sérias questões internacionais.

Recentemente, um oficial de inteligência dos Estados Unidos contradisse a narrativa prevalente ao afirmar que o Irã não estava trabalhando na construção de armas nucleares, uma declaração que recebeu críticas, incluindo do presidente dos EUA. Enquanto isso, Israel permanece em uma posição delicada, sendo a única nação do Oriente Médio que não assinou o Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares e que, embora não confirme sua posse, também não nega ter armas nucleares.

Redação EUVO News

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