Como corrigir maquiagem borrada –

A deputada federal Erika Hilton, do PSOL de São Paulo, se viu na necessidade de explicar a contratação de dois maquiadores, que são amigos seus, como assessores no Congresso. Os profissionais Cristiano Cesar Camargo Hass e Índy Cunha Montiel da Rocha estão recebendo, respectivamente, R$ 9.678,22 e R$ 2.126,59 de sua verba de gabinete. Nas redes sociais, ambos se apresentam apenas como maquiadores, frequentemente mostrando a deputada em seus posts, mas predominantemente em seu papel de cliente.
Em resposta à repercussão da notícia, que foi divulgada por um portal de notícias, Erika Hilton caracterizou as críticas como “invenção” e “perseguição”. No entanto, essa situação levanta questões sobre a contratação de amigos e familiares em cargos públicos, que é uma prática comum no Congresso. O caso de Hilton é emblemático, pois ela é uma figura pública que se posiciona como defensora dos direitos dos menos favorecidos, mas que agora se vê envolvida em um assunto que pode ser interpretado como patrimonialismo.
Hilton justificou a escolha dos maquiadores afirmando que eles são seus amigos e integrantes da comunidade LGBTQIA+. Segundo ela, eles desempenham funções como secretários parlamentares, atuando em pautas relacionadas ao movimento e na articulação com grupos sociais. Ela os descreveu como “assessores com qualidade”, insinuando que sua atuação vai além da maquiagem.
No entanto, não há evidências nas redes sociais dos assessores que comprovem essa diversidade de funções. Geralmente, assessores parlamentares são considerados servidores públicos e devem servir ao mandato e ao público, e não a interesses pessoais. Por isso, a deputada tem a responsabilidade de esclarecer essa situação. Em vez disso, ela utilizou suas redes sociais para desmentir as acusações, atribuindo-as a uma suposta retaliação de adversários políticos.
Todos os deputados têm a obrigação de prestar contas sobre o uso de recursos públicos, e essa responsabilidade é ainda mais relevante para aqueles que, como Erika Hilton, se apresentam como protetores da ética e da moralidade na política. Para manter uma imagem pública condizente com suas declarações, é essencial que ela demonstre respeito pelos cidadãos e contribuintes, indo além da simples contratação de profissionais para sua aparência.