Na offseason de 2025, o Boston Celtics tomou decisões importantes que não seguiram o padrão normalmente adotado por equipes da NBA. Em vez de realizar grandes contratações ou trocas chamativas, a equipe focou em uma estratégia financeira que visa a longo prazo. Essa abordagem foi uma resposta a um cenário complicado após conquistar seu 18º título da NBA em 2024, quando foram eliminados nas semifinais da Conferência Leste pelo New York Knicks.
O Celtics enfrentou um desafio financeiro significativo. A equipe estava sobrecarregada com contratos altos, o que representava um risco sob o novo Acordo Coletivo de Trabalho (CBA). Os impactos econômicos da situação seriam severos, uma vez que, ao exceder um limite chamado “segundo teto salarial” de aproximadamente 187 milhões de dólares, a equipe enfrentaria penalizações pesadas. Clubes como Los Angeles Clippers e Golden State Warriors já experimentaram as desvantagens de estarem nessa posição, encontrando dificuldades para fazer mudanças em suas formações.
Reconhecendo os riscos, a diretoria do Celtics, liderada por Brad Stevens, decidiu fazer uma abordagem diferente. A equipe trocou o jogador Jrue Holiday para o Portland Trail Blazers em troca de Anfernee Simons e também negociou Kristaps Porziņģis com o Atlanta Hawks. Essas trocas não só diminuíram a folha de pagamento da equipe, mas também abriram espaço para novas possibilidades.
Os Celtics, ao optarem por trocar jogadores chave, não visavam sucumbir à derrota, mas sim criar um espaço para respirar e se reestruturar. Jayson Tatum, que estava se recuperando de uma lesão no tendão de Aquiles, se tornou um jogador central para o futuro da equipe. Para a temporada de 2025-2026, o Celtics se preparou para uma “ano de avaliação”, onde poderiam desenvolver seus talentos internos sem pressões excessivas de competição.
Na nova formação da equipe, jogadores como Jaylen Brown e Derrick White assumirão a maior parte do carregamento ofensivo, enquanto Simons adiciona juventude e energia ao elenco. Os jovens Payton Pritchard e Neemias Queta terão mais oportunidades dentro de quadra, permitindo que a equipe se desenvolva sem a pressão de uma corrida profunda nos playoffs.
Embora as decisões tenham sido duras, o Celtics conseguiu evitar um cenário pior. Com as trocas feitas, a equipe deve ficar abaixo do “segundo teto salarial” em 2025-2026, o que significa mais escolhas e flexibilidade para o futuro. Dessa forma, a equipe poderá entrar na temporada seguinte com um Tatum mais saudável, um perímetro mais experiente e jogadores jovens prontos para crescer.
Essa estratégia foi mal compreendida por alguns críticos, que a consideraram um passo para trás. No entanto, a movimentação reflete uma abordagem de longo prazo, semelhante a times de sucesso em outros esportes, que fazem escolhas ousadas hoje para garantir um futuro sustentável.
O Celtics poderia ter mantido Holiday e apostado na saúde de Porziņģis, mas isso significaria comprometer seu futuro financeiro e manter a equipe em uma posição difícil por tempo indeterminado. Ao contrário disso, as ações do time mostram que administraram suas finanças de forma eficaz e, ao mesmo tempo, garantiram tempo para avaliar e se ajustar conforme necessário.
A offseason de 2025 pode ter sido marcada por negociações emotivas e contratos grandiosos em outros times, mas o Celtics, fiel à sua tradição, serviu de exemplo ao priorizar decisões substanciais ao invés de buscar apenas a glamourização do momento. Com essas trocas, a equipe pode garantir um controle maior sobre seu destino e uma chance de construir uma nova dinastia no futuro.
