4 de julho: 9 mitos sobre a independência dos EUA esclarecidos –

Muitos dos relatos históricos sobre a Independência dos Estados Unidos, especialmente sobre o dia 4 de julho de 1776, misturam fatos reais com ficção. A seguir, estão expostos alguns mitos comuns sobre a fundação dos Estados Unidos como país livre e as realidades que os cercam.
O Dia da Independência dos Estados Unidos é oficialmente celebrado em 4 de julho. No entanto, a votação para a Declaração de Independência ocorreu dois dias antes, em 2 de julho. O famoso líder John Adams acreditava que essa data seria lembrada como um grande marco, prevendo celebrações como jogos, paradas e fogos de artifício. Apesar de suas previsões, a data de 4 de julho foi escolhida para a celebração, pois foi quando o documento foi oficialmente adotado e distribuído. Assim, 2 de julho acabou sendo esquecida.
Além disso, é importante destacar que ninguém assinou a Declaração de Independência em julho de 1776. A assinatura do documento só começou em 2 de agosto daquele ano, com a famosa assinatura de John Hancock, e foi finalizada apenas no final de novembro, selando oficialmente a independência.
Outro aspecto frequentemente romantizado é a famosa cavalgada de Paul Revere na noite de 18 de abril de 1775. Ele realmente saiu de Boston para alertar as áreas rurais sobre o avanço das tropas britânicas. Contudo, a imagem de um cavaleiro solitário não é precisa. Revere fazia parte de um sistema de alerta que usava lanternas na Old North Church. Um sacristão da igreja, Robert Newman, sinalizava a aproximação dos britânicos com lanternas. Naquela noite, Revere não viu essas lanternas.
Revere e seu companheiro William Dawes conseguiram chegar a Lexington, Massachusetts, para avisar os patriotas Samuel Adams e John Hancock sobre a possibilidade de prisão. Contudo, logo depois, eles foram capturados pelos britânicos juntamente com Samuel Prescott, um terceiro cavaleiro.
Essas distorções sobre a lenda de Revere não ocorreram por acaso. Elas foram moldadas deliberadamente pelo poeta Henry Wadsworth Longfellow, que buscava instigar o patriotismo através de seu famoso poema durante a Guerra Civil. A verdadeira narrativa da viagem de Revere pode ser conhecida na Paul Revere House, que é um museu em Boston e local onde ele viveu.
Embora a Independência tivesse motivos para celebração, o famoso Sino da Liberdade não foi tocado no próprio dia 4 de julho de 1776. Na verdade, é provável que os sinos da cidade tenham sido tocados apenas no dia 8 de julho, quando a Declaração de Independência foi lida publicamente pela primeira vez.
Sobre a famosa rachadura do Sino da Liberdade, ela não está relacionada ao dia da independência. O sino, que foi mal fundido, já tinha sofrido uma fissura logo após sua chegada em 1752. Além disso, ele foi fundido novamente e quebrou várias vezes, mas permaneceu em bom estado durante a Guerra Revolucionária. A rachadura que é reconhecida hoje apareceu apenas no século 19, e durante esse período, o sino passou a ser popularmente conhecido como Liberty Bell, um termo que surgiu entre os abolicionistas.