BYD inicia produção no Brasil com carro a R$ 0,05 por km –

A indústria automotiva está passando por uma grande transformação, e o Brasil está se integrando a essa mudança de forma significativa. No dia 1º de julho, dois eventos impactaram o mercado de veículos elétricos e híbridos no país, alterando preços e a produção interna.
Um dos eventos é o aumento do imposto de importação, que tornará os carros importados mais caros. Por outro lado, a BYD, uma grande montadora chinesa, começa a montar seus veículos aqui, o que pode reduzir custos e expandir seu mercado.
Quando se fala em R$ 0,05 por quilômetro, muita gente pode estranhar. Mas esse valor não é o que custa comprar o carro. Ele se refere ao custo por quilômetro rodado, mostrando a economia prometida pelos veículos elétricos da BYD, que podem chamar a atenção do consumidor.
Com a alta do imposto de importação, que agora está entre 25% e 30%, o Brasil busca fortalecer sua indústria local. A ideia é não só diminuir a dependência de produtos de fora, mas também gerar empregos e estimular a economia.
Com isso, a produção local se torna ainda mais relevante. Montadoras que antes apenas importavam precisam acelerar seus planos de abrir fábricas ou linhas de montagem no Brasil. Caso contrário, podem enfrentar problemas com a concorrência e os preços.
A chegada da BYD em Camaçari, na Bahia, é uma estratégia para lidar com a nova situação tributária. A montadora usa o sistema SKD, onde os veículos chegam em partes e são montados aqui, assim consegue driblar alguns impostos e manter preços atrativos.
Ter uma fábrica da BYD no Brasil não é só uma questão de economia. É também uma oportunidade para mostrar tecnologia e inovação, atraindo investimentos, gerando empregos e tornando o Brasil um futuro polo de veículos elétricos na América Latina.
A fábrica da BYD em Camaçari não começou do zero. Antes, a Ford ocupava esse local, mas fechou em 2021. Desde então, a planta passou por reformas para se adaptar à produção de carros elétricos e híbridos.
Com seus 16 mil metros quadrados, haverá expansão com mais dois galpões. Por enquanto, é apenas uma linha de montagem, mas a meta da BYD é montar 50 mil veículos até o final de 2025.
Os primeiros modelos a serem montados no Brasil serão o SUV Song Pro e o Dolphin Mini, este último superando 1 milhão de unidades vendidas no mundo, mostrando a força da BYD.
Além dos carros de passeio, a empresa planeja também fabricar ônibus elétricos e baterias, consolidando a planta na Bahia como uma parte importante de seus planos de crescimento global na América do Sul.
A força do setor de veículos elétricos na China é impressionante. Em 2024, dos 17 milhões de elétricos vendidos no mundo, 11 milhões foram na China, destacando o crescimento desse mercado.
Nos Estados Unidos, é diferente. As tarifas de até 100% dificultam a entrada de veículos chineses, fazendo com que empresas como a BYD busquem novos mercados, como a América do Sul e a Europa.
Na Europa, a BYD está se destacando, especialmente em locais onde a Tesla tem enfrentado dificuldades. O ambiente europeu, sensível a questões políticas e ambientais, está aberto a montadoras chinesas.
Essa expansão não é só comercial, mas também política, fazendo parte do plano Made in China 2025, que busca aumentar a influência chinesa no mundo. Para o Brasil, a chegada da BYD traz oportunidades e desafios em relação à indústria local.