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Futebol e publicidade se unem no Mundial de Clubes –

O novo formato do Mundial de Clubes da FIFA, que agora conta com 32 equipes e é transmitido em várias plataformas, está causando grandes mudanças no mercado publicitário brasileiro. Com uma premiação total de US$ 1 bilhão, equivalente a aproximadamente R$ 5,8 bilhões, a distribuição dos valores depende do desempenho dos times. Cada vitória na fase de grupos vale R$ 11 milhões, enquanto um empate gera R$ 5,5 milhões. Nas fases seguintes, os prêmios aumentam significativamente: as oitavas de final pagam R$ 41,6 milhões, as quartas R$ 72,8 milhões, a semifinal R$ 116,5 milhões, o vice-campeonato R$ 166 milhões e o título R$ 221 milhões. Além disso, os clubes sul-americanos, como Flamengo, Palmeiras, Botafogo e Fluminense, já garantiram R$ 84,3 milhões apenas por serem participantes do torneio.

Esse aumento no volume financeiro está impactando diretamente a indústria do futebol e incentivando o crescimento do mercado publicitário. De acordo com informações da FIFA, os investimentos em publicidade esportiva estão projetados para crescer 30% globalmente em 2025, impulsionados pelas novas oportunidades de visibilidade que o torneio oferece.

As expectativas para o futuro são otimistas. A busca por internacionalização das marcas brasileiras, com campanhas focadas no público mundial e ações nos Estados Unidos, deve fomentar ainda mais o consumo e exigir novos investimentos publicitários. Um exemplo dessa tendência é a parceria entre UOL, DAZN e Aleph, que estão na vanguarda da comercialização de cotas publicitárias no Brasil, oferecendo soluções integradas para maximizar o alcance das marcas.

Além de atrair novos patrocinadores globais, o Mundial de Clubes também está motivando marcas nacionais a se engajarem em ações mais ousadas. Se o Brasil for escolhido para sediar a edição de 2029, a expectativa é de um impacto ainda maior na economia, com a geração de empregos e um aumento no turismo relacionado ao evento esportivo.

No Brasil, o mercado publicitário apresentou um crescimento de 5,2% em 2025, o que é considerado bom em comparação com o cenário global. A televisão ainda domina o setor com 44% de participação, crescendo 5,8% ao ano. O meio digital segue em expansão, com 39% de share e alta de 5,4%. Em um ano com poucos eventos esportivos tradicionais, o novo Mundial emergiu como uma alternativa importante para o crescimento do setor.

Os clubes brasileiros estão investindo mais em marketing esportivo, firmando parcerias com plataformas de apostas e criando experiências personalizadas para os torcedores. O crescimento em suas redes sociais é evidente: o Flamengo, por exemplo, ganhou 4,2 milhões de seguidores em 2024, superando 60 milhões no total, enquanto o Palmeiras teve um aumento percentual de 17%, somando 3,3 milhões de novos inscritos.

O Botafogo, impulsionado pela conquista da Libertadores, teve um aumento de 16% com 880 mil novos seguidores. Já o Bahia, que retornou à Libertadores após 35 anos, cresceu 15%, garantindo 685 mil novos inscritos. Essas iniciativas estão ajudando a consolidar as marcas dos clubes, atraindo novos patrocinadores e ampliando seu alcance internacional.

De acordo com Bruno Almeida, CEO da US Media, os clubes entenderam o potencial do Mundial como uma plataforma poderosa de mídia. Ele observa um aumento claro no investimento em anúncios, atribuído ao novo formato do torneio. O Flamengo, por exemplo, está se expandindo nos Estados Unidos por meio da Flamengo TV e atividades como Soccer Camps. O Palmeiras, por sua vez, criou a “Casa Palmeiras” nas cidades-sede e organizou eventos especiais em Nova York.

Bruno Almeida enfatiza que esses avanços são frutos de gestões mais profissionais nos últimos dez anos, e estamos vendo essa maturidade exatamente quando o futebol global ganha mais destaque.

As marcas também estão mostrando um grande apetite por publicidade. A AB InBev, por exemplo, investiu US$ 80 milhões, enquanto a Coca-Cola firmou um contrato no valor de US$ 400 milhões com a FIFA até 2030. Para o executivo, a premiação recorde é um fator decisivo que motiva empresas a investirem, uma vez que tanto clubes brasileiros quanto marcas internacionais estão em evidência.

A nova estratégia de transmissão no Brasil reflete a evolução do cenário no futebol, abrangendo TV aberta, canais de assinatura e plataformas digitais. Mais do que um simples local de exibição, as transmissões se tornaram uma forma de interação com os torcedores. A maioria do público utiliza aplicativos e redes sociais durante os jogos, criando uma nova dinâmica de consumo.

Bruno Almeida explica que as marcas agora buscam se associar a comunidades ativas, oferecendo experiências que vão além da simples publicidade. Promoções em tempo real, entrega de produtos durante os jogos e sorteios interativos estão se tornando comuns. Para ele, o diferencial está na criação de experiências autênticas e duradouras.

O futuro da publicidade no futebol está se moldando em direção a ecossistemas de experiência, onde o foco é a criação de relacionamentos significativos com os fãs. É necessário que clubes e marcas adotem uma mentalidade de entretenimento. O sucesso, segundo Almeida, virá para aqueles que souberem combinar experiências imersivas e dados coletados com a paixão pelo esporte e um compromisso com a responsabilidade social e ambiental.

Redação EUVO News

Conteúdo original produzido pela equipe editorial do EUVO News. Nossa redação se dedica a entregar informação de qualidade sobre eventos, cultura e atualidades do Brasil.

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