Ex-presidente da NFLPA omitiu documentos sobre conluio de donos –

Um documento de 61 páginas revelou que a Associação dos Jogadores da NFL (NFLPA) teria ocultado evidências de uma suposta conluio entre os proprietários da liga, tanto do público quanto dos próprios jogadores afetados. Este fato foi destacado em uma análise divulgada por Pablo Torre.
O documento aborda a situação de contratos garantidos na NFL. Em 2022, Deshaun Watson assinou uma extensão de contrato de cinco anos, totalizando 230 milhões de dólares, todos garantidos. Desde então, a NFLPA tem promovido contratos totalmente garantidos, especialmente para os quarterbacks, que são os jogadores com mais poder de negociação.
Após tentativas frustradas de quarterbacks, como Lamar Jackson, Russell Wilson e Kyler Murray, para conseguir contratos totalmente garantidos, a NFLPA entrou com uma reclamação contra os proprietários da liga, alegando conluio para impedir esses contratos. Esse caso foi levado à arbitragem e ganhou prioridade na investigação.
Durante o processo de descobertas, foi revelado que, em uma reunião confidencial em 2022, o Conselho de Gestão da NFL orientou todos os proprietários a lutarem contra contratos garantidos, como o de Watson. Uma conversa entre Dean Spanos, proprietário do Los Angeles Chargers, e Michael Bidwell, do Arizona Cardinals, sugere uma possível conluviação. Após Bidwell assinar um contrato não garantido com Murray, Spanos parabenizou-o e, posteriormente, Bidwell comentou que “muitas equipes ficarão felizes com isso”, referindo-se à decisão de manter os contratos garantidos em um nível “relativamente baixo”.
Um ponto ainda mais controverso é que JC Tretter, ex-presidente da NFLPA e jogador de linha ofensiva, supostamente manteve esse documento em segredo tanto do público quanto dos jogadores que representava. Tretter é acusado de ter criticado Wilson por não aceitar um contrato totalmente garantido, chamando-o de “covarde” no documento.
Atualmente, Tretter ocupa o cargo de Diretor de Estratégia da NFLPA, uma posição criada para ele pelo diretor executivo da associação, Lloyd Howell, após o término da presidência de Tretter. A escolha de Howell foi criticada, pois muitos jogadores alegaram que foram mal informados sobre os candidatos ao cargo antes da votação, e apenas 48 dos 128 representantes de jogadores estavam presentes na reunião que decidiu pela nova liderança.
A forma como Tretter atuou levantou preocupações, especialmente porque Howell, antes de assumir a NFLPA, vinha de uma empresa de consultoria e nunca havia trabalhado no esporte. Essa empresa, Booz Allen Hamilton, foi envolvida em um escândalo, pagando 377 milhões de dólares em um acordo por cobranças fraudulentas durante o tempo de Howell na organização.
Em resumo, a NFLPA possui evidências significativas sobre a suposta conluio, mas segundo as reportagens, Tretter decidiu não torná-las públicas para evitar que sua crítica a um jogador que deveria representar fosse documentada. Além disso, Tretter, que poderia almejar se tornar o diretor executivo da NFLPA no futuro, teve suas chances prejudicadas com a divulgação deste caso.