Venezuela: vitória nas eleições municipais apoia Maduro –

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A Venezuela passou por eleições locais no dia 27 de agosto de 2024, onde o Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), liderado pelo presidente Nicolás Maduro, obteve uma vitória significativa. O partido conquistou 285 das 335 prefeituras, incluindo 23 das 24 capitais do país, um resultado que foi saudado por Maduro como uma vitória do povo.
Um ano antes, o cenário era favorável para a oposição, com um candidato moderado e bem aceito nas cédulas. No entanto, Maduro permaneceu no poder, apesar das alegações de fraude nas eleições. Após sua reeleição, ele foi pressionado a divulgar os documentos eleitorais, conforme exige a legislação venezuelana. Estudos independentes apontavam a vitória do principal adversário, Edmundo González.
A pressão pela transparência eleitoral se intensificou, com mesmo o Brasil, que antes apoiava Maduro, demandando esclarecimentos. Contudo, a oposição viu sua mobilização enfraquecer nos meses seguintes, tanto internamente quanto no contexto internacional.
Durante protestos em resposta aos resultados das eleições, cerca de 2.400 manifestantes foram presos em um curto período. A organização Human Rights Watch (HRW) observou um padrão de prisões e liberações de opositores, o que levou a um desengajamento da oposição diante da repressão. A diretora da HRW ressaltou que a comunidade internacional precisa perceber as táticas do governo venezuelano.
Recentemente, Maduro anunciou a libertação de 80 dissidentes políticos em troca da devolução de imigrantes venezuelanos que estavam nos EUA. Porém, desde essa liberação, aproximadamente 40 críticos do regime foram novamente presos. Entre eles, González, que se exilou devido a ameaças de prisão, e María Corina Machado, que permanece na clandestinidade, fazendo chamadas para a organização da resistência.
Apesar de desafios, a oposição clama vitória nas eleições de 2024, afirmando que a verdade prevaleceu sobre a fraude. Entretanto, muitos opositores estão pedindo abstinência nas próximas votações, argumentando que os resultados são manipulados. No último pleito, o Conselho Nacional Eleitoral informou uma participação de mais de 44%, mas não houve observação internacional, e relatos locais indicam centros de votação vazios.
No cenário internacional, Maduro usufrui de um ambiente favorável, mesmo com algumas sanções. A diplomacia dos EUA, por sua vez, continua a criticar o regime, com líderes americanos acusando Maduro de vinculações com o narcotráfico e afirmando que seu governo não é legítimo. Recentemente, a empresa americana Chevron recebeu autorização de operar na Venezuela, marcando uma troca de abordagem na diplomacia dos EUA.
Com a totalidade do controle sobre a Assembleia Nacional, Maduro planeja promover uma reforma constitucional, embora poucos detalhes sobre essa mudança tenham sido divulgados até agora.